Nostalgia: Yu Yu Hakusho

Review of: Yu Yu Hakusho

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4
On 9 de novembro de 2020
Last modified:9 de novembro de 2020

Summary:

Quem viveu no final da década de 90 sabe a importância da extinta Rede Machete para a popularização dos animes no Brasil. Quando se toca nesse assunto, talvez o primeiro pensamento que vem à cabeça dos meus conterrâneos é Cavaleiros do Zodíaco e depois os outros animes. Comigo é o contrário, sempre lembro primeiro de Yu Yu Hakusho e sua abertura contagiante (perdão pelo trocadilho). Apesar da minha forte memória afetiva com o anime, não recordava se tinha assistido toda a série. Resolvi isso e cá estou para falar um pouco.

Quem viveu no final da década de 90 sabe a importância da extinta Rede Machete para a popularização dos animes no Brasil. Quando se toca nesse assunto, talvez o primeiro pensamento que vem à cabeça dos meus conterrâneos é Cavaleiros do Zodíaco e depois os outros animes. Comigo é o contrário, sempre lembro primeiro de Yu Yu Hakusho e sua abertura contagiante (perdão pelo trocadilho). Apesar da minha forte memória afetiva com o anime, não recordava se tinha assistido toda a série. Resolvi isso e cá estou para falar um pouco.

Mas antes de conhecer o outro mundo sem querer, sinopse:

De matar aulas a brigas nas ruas, Yusuke Urameshi nada mais é do que um delinquente de quatorze anos com talento para problemas. Mas em um único ato altruísta, Yusuke morre enquanto salva uma criança. Por um sacrifício tão nobre, ele recebe uma segunda chance na vida, mas esta será muito diferente da que foi deixada para trás. Agora como um detetive espiritual, o jovem deve rastrear demônios e humanos que desejam governar os três reinos da realidade.

Para falar sobre o anime, vou inicialmente me ater às sagas presentes no mesmo (sem spoilers, é claro). A primeira é a Saga do Detetive Espiritual, onde após sua morte, Yusuke recebe uma outra chance de viver, porém como detetive espiritual. Acho essa parte do anime bastante divertida, porque ainda não havia conflitos tão profundos e o humor é mais presente. Além disso, são apresentados todos os protagonistas de forma primorosa.

A seguir temos a Saga do Torneio das Trevas, que na minha opinião é o ponto mais alto de todo o anime. Nesse arco, Yusuke e seus amigos são intimados a participar de um torneio disputado por seres sobrenaturais. Resultado? É pancadaria sem enrolação em todos os episódios! Entretanto, não fica limitado só a isso, porque há um profundo amadurecimento dos personagens e uma carga dramática bem trabalhada. E só pra constar: melhor vilão!

Depois vem a Saga do Capítulo Negro. Dessa vez somos apresentados a um inimigo que possui a mesma motivação do organizador do Torneio das Trevas. Apesar da narrativa construir o vilão e seus aliados como um grande perigo, no fim das contas o desafio não parece lá isso tudo. Entretanto, há a inserção de elementos muito interessante para a construção do universo. Apesar de ter essa opinião, não considero a temporada ruim, mas quando penso na obra como um todo, parece que ela não faria diferença.

Por fim, a Saga dos Três Reis, que infelizmente foi a mais corrida de todas. Acho a problemática desta temporada perfeita: o Mundo das Trevas é dividido entre territórios comandados por três reis, que estão prestes a entrar em guerra e três dos protagonistas se aliam a um deles, por motivos bem particulares. Contudo, ela é muito focada nos bastidores da guerra e quando o conflito chega, bem, é super rápido… Em suma, o encerramento não é ruim (longe disso!), mas fica o gosto de que poderia ter mais.

Mudando de assunto, outro ponto que gostaria de destacar é a trilha sonora. Considero as músicas de Yu Yu Hakusho uma das melhores que já ouvi em animes. E para completar, as versões em português das aberturas e encerramentos são fantásticas. É impressionante que com o passar dos anos eu nunca me esqueci das letras.

Falando em versões em português, é impossível falar de Yu Yu Hakusho e não falar da dublagem clássica. A escolha de inserir gírias e expressões brasileiras que eram populares na época deixa tudo mais hilário. Por exemplo, você consegue ouvir coisas do tipo: “tá pensando que berimbau é gaita?”, “rapadura é doce, mas não é mole não”, “você é grande, mas não é dois, eu sou pequeno, mas não sou metade!”, etc..

Finalizando, reassistir Yu Yu Hakusho me fez entender o porquê dele estar tão vivo em minha mente. São 112 episódios com personagens, confrontos, trilha sonora e dublagem extremamente marcantes. Obviamente, há algumas coisas que não cabem mais hoje em dia, além de pequenas preguiças e contradições de roteiro… Porém, isso não tira seu mérito. Yu Yu Hakusho envelheceu MUITO bem.