Comparamos: The Ghost in the Shell (Mangá, Anime e Filme)

Imagine acordar todos os dias, sentindo um vazio (meu maior medo). Sentir-se vazio da alma, vazio de história, de indivíduo pertencente a um laço, à uma família, à uma hereditariedade. Por de ser até que você tenha lapsos de quem poderia ter sido um dia, ou de momentos que fizeram parte da sua história, mas são apenas lapsos, resquícios de quem você já foi ou acha que foi um dia. Pois é, né… Dá uma aflição…

E é, mais ou menos, dessa vibe que é “constituída” a história de Major Motoko Kusanagi (ou quem ela acha que é), no mangá intitulado The Ghost in the Shell, de Masamune Shirow, lançada na versão traduzida em 2016, pela editora JBC. Major é uma ciborgue “de modelo feminino” que trabalha como líder de uma equipe de serviço secreto da segurança pública real japonesa. A chamada Seção 9 combate o crime, principalmente, no que diz respeito à construções clandestinas de ciborgues, trabalho escravo (principalmente infantil), corrupção, etc.

Tentei ler o mangá antes de assistir o filme, mas não deu tempo. Minha impressão sobre o mangá foi de grande surpresa. Eu não conhecia a história, antes desse boom de divulgação (+ polêmica) sobre o filme, estrelado pela Scarlett Johansson, portanto, eu fiquei surpresa e maravilhada com uma trama tão bem elaborada e com uma história tão f%&@ e rica em detalhes. A Major do mangá é mais engraçada do que a seriedade que foi retratada nas duas outras mídias. É mais para o final do mangá, devido à determinadas situações que são descobertas, é que a personagem se torna mais séria. Amei o desenho, a coloração em determinadas folhas, destacando, ao meu ver, partes antigas, explicativas (para determinado personagem e para o leitor) e importantes da trama.
O anime, de mesmo nome, tem uma certa fidelidade ao mangá. A abertura do anime é linda, mostrando uma construção “romantizada” da Motoko. Muitas cenas importantes do mangá, estavam lá, apesar de eu ter a impressão de não estarem muito na mesma ordem ou de algumas simplesmente não estarem lá. A Major transparece seriedade e já com determinados questionamentos desde o início do anime, que também teve, em sua totalidade, esse tom austero.

No filme Vigilante do Amanhã – The Ghost in the Shell, esse tom se manteve, principalmente em Major, vivida pela atriz Scarlett Johansson. Ouvi até umas críticas sobre sua atuação, em que diziam que a atriz estava meio sem expressão, ou seja, sempre a mesma cara em qualquer situação, o que na minha (humilde) opinião, até entendo, visto que a personagem passa pelo dilema da crise de identidade, da dúvida de quem ela é realmente, que são como “fantasmas” que a assombram quase que constantemente, flashes de uma possível vida. 
A arte do filme é de impressionar! É um pouco Matrix e um pouco Tron, por conta do estilo futurista e distópico, já que a história se passa em 2029. Porém é coloridíssimo, uma modernidade linda, cheia de luzes e de originalidade nas propagandas em outdoors e tals. A abertura do filme é linda como o anime! É um fan service completo, de ficar bobo e falar “Corooolho…” e faltar pouco pra levantar e aplaudir. Até o cabelinho do Aramaki tá igualzinho, pena que eu o achei meio… Pouco destemidão do que ele é no mangá e no anime. 
Vale ressaltar que eu simplesmente AMEI o Batou 😍! Ache que foi retratado como um misto do mangá e do anime, visto que, tem uma certa descontração na fala, uma fúria nítida e um cuidadinho com a Major. Só que o diferencial do filme, foi o toque meio charmosão que o ator Johan Philip Asbæk (que já trabalhou com a Scarlett no filme Lucy) deu NATURALMENTE (tendeu? 😏) ao personagem.
O filme dá a entender que terá uma continuação (apesar de eu não ter gostado muito do final…😞), mas recomendo que você se “alimente” de ambas as mídias, pois são diferentes, a meu ver, cada uma com algo que é retirado, mas logo é suprido de uma forma interessante. Vale super a pena! Tá recomendadíssimo!
Obs.: No trailer, tem uma música famosa do Depeche Mode, chamada Enjoy the Silence que eu achei a versão sensacional, e fiquei torcendo pra que ela fosse colocada no meio do filme, ou que tocasse logo no final do mesmo, mas não tocou… 😭 Ficaria tão perfeito…💔