Lemos: Cinema Panopticum


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4
On 28 de janeiro de 2022
Last modified:28 de janeiro de 2022

Summary:

Dando uma olhada nos quadrinhos lançados no Brasil em 2021, me deparei com Cinema Panopticum, que saiu pela Darkside. Por já conhecer o perfil da editora e ler a proposta da obra, foi praticamente impossível não me interessar pela HQ. Enfim, sem mais enrolações, bora falar um pouco sobre essa publicação sombria? 

Dando uma olhada nos quadrinhos lançados no Brasil em 2021, me deparei com Cinema Panopticum, que saiu pela Darkside. Por já conhecer o perfil da editora e ler a proposta da obra, foi praticamente impossível não me interessar pela HQ. Enfim, sem mais enrolações, bora falar um pouco sobre essa publicação sombria?

Mas antes das exibições macabras, sinopse:

Em Cinema Panopticum, os leitores são conduzido por uma jovem menina e sua curiosidade até uma cabine escura repleta de caixas com pequenos filmes. Thomas se apropria da mágica dos cinetoscópios, considerado o primeiro equipamento a conseguir capturar imagens em movimento e nos leva as origens do seu cinema ilustrado. Uma narrativa gráfica cativante, bela e aterradora.

O primeiro aspecto que me chamou a atenção foi a arte. O quadrinho de Thomas Ott é todo em preto e branco e tem traços muito potentes. Essa característica é somada ao fato deste não ter diálogos, logo há todo um capricho nas expressões dos personagens. Portanto, isto requer do leitor uma atenção toda especial às imagens. Tudo é perfeitamente entendível, bonito e angustiante.

Essa angústia vem do teor macabro da obra. A premissa é bem simples: acompanhamos uma menina no parque de diversões, porém esta não tem dinheiro para as atrações. Até que ela encontra uma acessível: os cinetoscópios. Junto a garota, assistimos mini contos de terror. De modo geral, estes tem finais surpreendentes, causando aflições e até risos.

Se eu tivesse que apontar algum defeito na obra, certamente seria o seu tamanho. Com apenas 112 páginas e sua potência narrativa de nos colocar, assim como a menina, de espectador das histórias, a leitura acaba sendo muito rápida. Em todos os “contos”, fica um gosto de quero mais. Particularmente, eu passaria um dia inteiro assistindo aquelas tramas.

Por fim, destaco como o final nos coloca dentro do quadrinho. Imagino que cada leitor terá uma interpretação diferente. Eu viajei do nome até o último ato da menina para concluir meu entendimento. Gostei demais da proposta e tenho certeza que se eu ler novamente mais pra frente, terei outra visão.

Cinema Panopticum foi uma grata surpresa. Quando a escolhi para ler, buscava uma trama que me proporcionasse alguns sustos, mas não rolou. Entretanto, sua narrativa me envolveu de uma forma muito melhor. Eu realmente gostaria que ela tivesse muito mais páginas, mas isto está longe de tirar a sua qualidade. Recomendo demais!

Nota 4