Ignorando os dois livros que vieram após “Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres“, a hacker Lisbeth Salander está de volta às telinhas na adaptação hollywoodiana de “Millennium: A Garota na Teia de Aranha“. Como eu ouvi um tanto que estava tudo diferente, estava meio receoso para assistir, mas o fiz e cá estou para falar as minhas impressões do filme.
Mas antes das minhas baboseiras, digo, ponderações, vamos de sinopse:
“Estocolmo, Suécia. Graças às matérias escritas por Mikael Blomkvist para a revista Millennium, Lisbeth Salander ficou conhecida como uma espécie de anti-heroína, que ataca homens que agridem mulheres. Apesar da fama repentina, ela se mantém distante da mídia em geral e levando uma vida às escondidas. Um dia, Lisbeth é contratada por Balder para recuperar um programa de computador chamado Firefall, que dá ao usuário acesso a um imenso arsenal bélico. Balder criou o programa para o governo dos Estados Unidos, mas agora deseja deletá-lo por considerá-lo perigoso demais. Lisbeth aceita a tarefa e consegue roubá-lo da Agência de Segurança Nacional, mas não esperava que um outro grupo, os Aranhas, também estivesse interessado nele“.
O primeiro ponto do filme que chama a atenção é o emponderamento feminino. Logo no começo, Lisbeth já surge como uma vigilante que desce a lenha nos caras que maltratam mulheres (super badass). Posteriormente, a personagem vai por caminhos que a transformam em uma espécie de versão feminina e hacker do James Bond.
É possível observar inúmeras similaridades com o espião britânico mais famoso do cinema. A estética da abertura do longa, a música tema, os planos de ação, a estrutura do roteiro, como tudo é facilmente solucionado com aparatos tecnológicos, e por aí vai!
Eu não considero tais aspectos ruins, até porque eu sou um grande fã da franquia 007 e gosto bastante desses elementos tão repetidos. O problema dessa mudança é que eu não esperava que o longa fosse assim… Mesmo sem cogitar que seria algo tipo as adaptações suecas, eu esperava algo mais na pegada do seu antecessor hollywoodiano. Outras mudanças que me causaram certo estranhamento, foram as trocas de atores: Sverrir Gudnason entrega um Mikael Blomk rejuvenescido e praticamente dispensável na trama; e Claire Foy entrega Lisbeth Salander longe do esperado, porém, o que sustenta o longa.
As mudanças também acabam esbarrando no roteiro. Como eu disse, até mesmo a estrutura da trama lembra a de 007, então, há muita coisa conveniente acontecendo para o andamento da história e o mistério que norteia o filme é típico do gênero: praticamente óbvio desde o início.
Posso estar enganado, mas a mudança em Millennium: A Garota na Teia de Aranha parece buscar abertura para uma nova franquia focada em espionagem no moldes de 007. O filme em si não é ruim, porém, eu não esperava que fosse dessa forma. Como não dá para não comparar com o que veio antes, surge o problema “expectativa x realidade”, aí meu chapa, a minha análise amadora resulta uma nota mais ou menos.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.