Assistimos: Capitã Marvel

A mais poderosa. É assim que defino a Capitã Marvel. Não apenas o poder da personagem em si, perante os demais super-heróis do MCU, mas também o poder que ela emanou para fora das telonas. Muito julgamento foi feito: antes do lançamento; durante, quando o filme foi exibido, previamente, para os críticos, e depois de entrar em cartaz nos cinemas.

Até aí, você vai achar que o que eu estou falando é algo bem comum, super normal, que acontece com qualquer filme. Errado! Não na mesma proporção de quando um filme é protagonizado por uma mulher e, mais ainda, quando a personagem se trata de algo voltado para o universo dos quadrinhos. Tóxico, opressor, machista, racista, ignorante, preconceituoso… Infelizmente, são essas e outras definições negativas que andam juntas à comunidade da nona arte. E foram esses os comportamentos usados nesse período de lançamento de Capitã Marvel.

Não quero me estender muito nessa questão, mas este foi um filme que os “nerds”, donos da verdade, detentores de toda “sabedoria” quadrinesca, mas ignorantes (tô tentando ser bem elegante aqui) quanto à definição de adaptação, tentaram boicotar, assim como fizeram com Pantera Negra (um filme composto de quase 100% de atores negros). Porém, ao que parece, eles não estão conseguindo. A bilheteria de Capitã Marvel está indo muito bem (obrigada), vejo muitas pessoas elogiando e dando crédito à toda adaptação feita no filme. Ou seja, ela está sim chutando bundas! Eu assisti. E cá estou para te dizer o que achei do filme. Então, bora?! 🤙🏾

Mas antes, vamos de sinopse:

“A Capitã Marvel é uma nova aventura dos anos 90, que mostra um período inédito na história do Universo Cinematográfico da Marvel. Acompanhamos a jornada de Carol Danvers, que se torna uma dos heroínas mais poderosas do universo. Quando uma guerra galáctica entre duas raças alienígenas atinge a Terra, Danvers encontra a si mesma e um pequeno grupo de aliados no centro do turbilhão”.

Sou uma mulher que lê quadrinhos e não será por isso que tenho a obrigação de falar que, um filme protagonizado por uma super-heroína, tem “zero ‘defeitos'”. Sim, a palavra está em destaque, porque não considero adaptações um defeito.  Capitã Marvel veio com várias situações e personagens que passaram por “mudanças” para serem inseridos no universo cinematográfico da Casa das Ideias. 
Não vou dar spoilers para você (eu sempre tento), mas vou tentar falar a respeito de coisas das quais você já deve ter ouvido falar sobre o filme e que têm sido o motivo dos ataques ao filme. 
Bom, vamos lá: a situação em torno do Mar-Vell é compreensível e as reclamações só são mais uma prova de como o machismo e a misoginia são práticas do nerd; a inserção dos Skrulls foi, de início, um estranhamento muito grande, confesso, mas nada que uma lida nas entrevistas do Kevin Feige, após o filme, não façam você mudar de ideia e perceber o leque de opções a se fazer com esse povo no MCU daqui pra frente; quanto às reclamações em torno de Nick Fury, acho que tem gente esquecendo do ano em que o filme se passa, que as pessoas amadurecem e que o Goose não é qualquer gato (e ainda se gabam de serem entendedores de HQ’s…). 
Capitã Marvel não é um filme parado, arrastado, não tem “lenga-lenga”. As cenas se luta são bem legais, ainda mais para uma personagem que está em treinamento, acostumando-se com o pode que tem. Os diálogos não são uma maravilha, tenho que admitir, mas eu perdi alguns, porque o som do cinema estava muito baixo, na minha opinião. O nível cômico fica por conta do Fury. Mas esse não é um filme que proporcione muitas gargalhadas, pois a carga dramática se faz presente em quase todo longa. 
Já li quadrinhos em que a Carol Danvers estava presente, mas nenhum em que ela protagonizasse, portanto, não posso dizer muito da sua personalidade. Não sei se ela é muito séria, focada no que faz… Digo isso, porque senti que faltou uma pitadinha de carisma na Brie Larson. Talvez seja porque estou acostumada às piadinhas e sorrisinhos de outros heróis do MCU, mas pretendo ler uma HQ somente dela e constatar se ela é essa seriedade toda (talvez seja coisa de militar…).
Não assisti um filme ruim. Acho que o povo acaba que vai ao cinema assistir Capitã Marvel no hype de Vingadores – Guerra Infinita, pensando que será aquele mesmo ritmo e clima… Mas não é assim não, calma lá! É outra época, muita novidade para a cabeça dos personagens já inseridos no MCU é, consequentemente, estes têm outra personalidade. Foi um filme bem feito para inserir Carol Danvers no universo cinematográfico e, pra quem não a conhece muito, assim como eu, sua história foi bem explicada. Ah! No filme, há uma homenagem, singela, fofa e perfeita, ao Stan Lee no filme, da qual me emocionei bastante. Capitã Marvel não é o melhor filme da Marvel, mas também bem longe de ser o pior (como andam dizendo por ai) e, sim, é inesquecível, uma vez que é o primeiro filme de uma heroína no MCU. Assistam! 🤙🏾