Assistimos: A Cabana

Não tenho filhos. Ainda. Não posso dizer algo sobre a dor de perder um. Já perdi outros entes queridos. Sei da dor de perder um pai, tios, primo… Mas Mackenzie Allen Phillips sabe o que é perder uma filha. A dor imagino que tenha sido intensificada pela forma de como ele a perdeu.

Mack é um dos personagens do filme A Cabana, que estreou nas telonas brasileiras em 7 de abril, baseado em um best-seller de William P. Young, interpretado pelo Sam Worthington, que também conta com as maravilhosas Octavia Spencer e a brasileira Alice Braga no elenco.

Mack e Nan são pais super atenciosos, que demonstram todo amor e carinho aos seus filhos Josh, Kate e Missy, a caçula da família. Eles criam e encaminham seus filhos à religiosidade, sendo fiéis a Deus (Papai, como Nan os ensinou à se referir a Deus), aos Seus ensinamentos. Mas Mackenzie se viu como um dos protagonistas de um dos pesadelos que mais atormentam os pais: a perda de um filho. Numa situação não muito convencional, Mack perde sua filha mais nova Missy, cujo corpo nunca foi encontrado. As pistas, encontradas numa cabana nas montanhas, próximas ao local do sumiço, indicam que Missy possa ter sido violentada e assassinada. Após três anos sem respostas, ele recebe um bilhete misterioso, convidando-o a retornar à cabana em que deu-se o início à uma vida destroçada para Mack e sua família. Lá, ele tentará encontrar respostas e, talvez, alento para sua dor, num encontro inusitado.

Gostaria, imensamente, de fazer um comparativo fiel do filme com o livro. Porém, assim como muitas pessoas, uma vez “caí” na belíssima fábula chamada “Me empresta esse livro, que te devolvo, assim que eu terminar”. Todos sabem o final e aprendem com a moral da história. Um aprendizado que levamos para o resto de nossas vidas.

Mas enfim, vamos falar de coisa boa (não, não é da câmera)! Com o pouco que a minha vaga memória me permitiu lembrar do livro, o filme A Cabana , com direção de Stuart Hazeldine e roteiro de John Fusco, é bem fiel ao best-seller de Young, pelo menos foi o que eu senti. Sim, uso essa palavra porque eu realmente, me senti lendo o livro. Foi impressionante como o filme mexeu comigo, reacendeu minhas emoções e fez relembrar o meu sentimento na época da leitura.

Eu fiquei simplesmente maravilhada com cada detalhe e impressionada, já que a fotografia do filme é lindíssima, uma riqueza no jogo de cores. A ambientação do filme durante o “encontro inusitado” é belíssimo, é de imaginar-se no céu.

A emoção da Octavia Spencer dava pra ser sentida. Ela transparecia, maravilhosamente, o Amor que sua personagem sentia. Quando os olhos dela marejavam, juro que eu não aguentava e chorava junto. Ela e o Sam tinha uma conexão afetuosa impressionante, nos abraços, nas conversas, nos olhares. Era impossível não se emocionar com cada palavra, com cada uma das situações que o personagem de Sam Worthington passava. As cenas de Alice Braga com o ator, também foram emocionantes e fortíssimas.

Se você quer se emocionar (porque você vai sim) com esse filme, corre, porque ele ainda estará em cartaz nessa semana (pelo menos aqui no nosso município), porém não com toda aquela disponibilidade de horário. Vale a pena e vá sem aquela neura de “ah, não vou não, porque é filme de religião…”, pois pra mim é um filme mais de ensinamentos e reflexões.