Primeiras Impressões: Por que amamos – O que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor

Por que amamos: O que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor é um livro do doutor em filosofia (UFRJ) Renato Noguera, lançado em 2020 pela editora Harper Collins. Muito elogiado pela crítica e pelo público leitor, foi um livro que me chamou bastante atenção e resolvi iniciar a leitura por curiosidade apenas, sem hype ou propósito maior. Com cinquenta por cento de leitura, aqui estou para falar das minhas primeiras impressões, que, inclusive, faz bastante tempo que não faço por aqui, ainda mais sobre livro. Então, me acompanhe!

Mas antes, vamos à sinopse:

Por que amamos? O que está por trás desse sentimento que, segundo dizem, move montanhas? É se debruçando sobre a filosofia, a ancestralidade, mitos africanos, indígenas, orientais, ocidentais e até sobre a biologia que Renato Noguera nos leva a refletir sobre os diferentes significados do amor. Amar é querer aprender, ensinam-nos os gregos. A esse aprendizado, soma-se outro fundamental, desta vez proveniente de culturas afro-indígenas: amar não é uma emoção individual, mas coletiva, e pode envolver duas, três, quatro pessoas, ou mesmo uma comunidade inteira – o que é explicado também pela biologia. A alquimia de Noguera está em mostrar como os ensinamentos de filósofos e pensadores das mais diversas eras e sociedades não se contradizem, mas complementam-se. Por que amamos? Não há apenas uma resposta – assim como não há apenas uma forma de amor.

O livro de Renato Noguera já inicia com um prefácio da também aclamada escritora Djamila Ribeiro, intitulado “Um Mergulho no Amor”. Em seguida, Noguera inicia o capítulo de título “O Caminho do Amor”, contando a história de Luís IX e Margarida da Provença, cujo casamento entre ambos fora arranjado, por questões territoriais, culturais e de aliança entre os povos. Após a história ser contada, o autor convida o leitor a percorrer um caminho reflexivo a respeito dos amores arranjados e progresso que ocorre com tal sentimento entre essas pessoas.

Neste ritmo de escrita, Renato Noguera atrai o leitor com ricas reflexões sobre a face filosófica, mitológica e literária do amor, trazendo não apenas a sua visão, mas também a percepção de outros filósofos, de diferentes culturas, como a visão da filósofa burkinabe (de Burkina Faso, país africano) Sobonfu Somé (19?? – 2017), que afirmava ser um erro pensar que a paixão move o amor, pois  a paixão é o ápice do amor e, se o trajeto dessa “montanha” por ao contrário, começando pelo topo, só resta ao indivíduo descer, ou seja, o sentimento entra em declínio. Além de histórias de reis, rainhas e personalidades do cinema, de culturas distintas, Noguera também faz o leitor refletir sobre mitos e lendas que contam histórias de amor em suas várias formas, até mesmo sobre ciúmes e o poliamor, sempre de forma reflexiva, nunca com julgamentos.

A leitura é bem interessante, mas ainda não terminei e faz tempo que não retomo. Sim, estou lendo Por que amamos à prestação e isso não se dá, de forma alguma à qualidade do livro, mas sim ao meu momento. Foi durante a leitura e essas paradas que dei, que percebi que este não é o meu estilo de leitura atual, aquele que me prenda, de forma fantástica e que me faça devorar o livro. Mas confesso que não consigo tirar Por que amamos da minha biblioteca do Kindle, porque tenho plena consciência da riqueza de conhecimento contido ali e de forma clara e objetiva. É um livro cuja leitura faz bem e, de alguma forma, sei que não posso me desfazer do mesmo.

Por que amamos: O que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor não tem a intenção de dar respostas, mas sim de trazer reflexões sobre as várias formas de amar. Sem julgamentos, Renato Noguera apresenta um livro interessante de ler, com um boas e grandes referências e de fácil entendimento. Não é uma leitura maçante e tediosa. Porém tomei consciência de que eu é que não estou numa vibe de ler livros com tal temática. O que não me impede de um dia resolver finalizá-lo e, é claro, que voltarei aqui para falar sobre ele.