Lemos: Hell de Janeiro

Review of: Hell de Janeiro

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4
On 22 de abril de 2022
Last modified:22 de abril de 2022

Summary:

Ano passado, adquiri o eBook Hell de Janeiro, de Iza Artagão na loja Kindle. O conto me chamou atenção exatamente pelo nome, por uma questão de eu ter me identificado: costumava a chamar a cidade do Rio de Janeiro, lugar onde nasci e fui criada, desse jeito, principalmente quando eu ficava sabendo de situações de violência nas proximidades de onde eu morava ou até mesmo nos noticiários da TV. Sem mais delongas, falarei das minhas impressões a respeito. Me acompanhe!

Ano passado, adquiri o eBook Hell de Janeiro, de Iza Artagão na loja Kindle. O conto me chamou atenção exatamente pelo nome, por uma questão de eu ter me identificado: costumava a chamar a cidade do Rio de Janeiro, lugar onde nasci e fui criada, desse jeito, principalmente quando eu ficava sabendo de situações de violência nas proximidades de onde eu morava ou até mesmo nos noticiários da TV. Sem mais delongas, falarei das minhas impressões a respeito. Me acompanhe!

Mas antes, leia a sinopse que despertou ainda mais meu interesse pelo conto:

Em 1808, São Sebastião do Rio de Janeiro, assassinatos peculiares chamam a atenção de Sir Travis, um importante comerciante inglês, hospedado na casa de Mr. Pacheco, delegado da cidade.
Motivado pela curiosidade, e com uma veia investigativa, Travis se lança nos meandros desse mistério em terras tupiniquins, sem se dar conta de que o perigo está bem à espreita.

Ao ler a sinopse de Hell de Janeiro, me interessei ainda mais, por se tratar de um conto, cuja ambientação se passa no Rio de 1808. Caso você, leitor, tenha se lembrado do livro de Laurentino Gomes, cujo título é o ano no qual o conto se passa, a autora Iza Artagão, confirma que um dos materiais de pesquisa foi a obra de Laurentino. Eu não li o livro 1808, mas Hell de Janeiro é um conto investigativo, detetivesco (amo esse termo), em que um comerciante inglês, Travis, chega ao Rio e se interessa por desvendar assassinatos que têm algum tipo de ligação. Por mais que não fosse um detetive e sua estadia na cidade fosse, inclusive, a convite do Conde de Monsanto para conhecer o comércio local, Sir Travis se sentiu atraído pelos comentários de Pacheco, um delegado que recebeu a incumbência de acompanhar o comerciante.

Durante a leitura, o leitor percebe que se trata de um conto bem contextualizado com o século XIX, conseguindo imaginar os ambientes pelos quais os personagens transitam. As passagens de tempo também são bem demarcadas, como se fossem tomos, com datas e locais, ajudando o leitor a se movimentar junto com os personagens. É uma leitura bem fluida, rápida e de fácil entendimento, mesmo que tenham algumas palavras e frases curtas em inglês, proferidas pelo comerciante, mas que são simples, de nível básico de compreensão.

O enredo é interessante e prende o leitor, apesar da parte do mosteiro ser necessária, mas um pouco morna… O plot twist é surpreende o leitor mais distraído, por ser alguém que “talvez” não se imaginava. Mas confesso que, mesmo assim, achei um tanto quanto previsível, pelo fato fato de terem poucos personagens e pelas suposições premeditadas sobre o assassino. Quanto ao final, eu não entendi muito bem… Pode ser que seja alguma referência a uma obra da qual eu não conheça.

Com uma história interessante e envolvente, Hell de Janeiro é um conto que vale a leitura. A trama apresenta um Rio contextualizado no século XIX, sob o olhar curioso e apurado de um comerciante inglês que, além de se atentar aos detalhes da cidade, também se interessou pelas questões sociais do local. Recomendo!

Nota 4