Falar de Hellboy para mim é um tanto complicado, por dois motivos: primeiro que eu não gosto dos filmes anteriores e segundo, porque devido a isto, eu nunca tive vontade de ler os quadrinhos. A partir daí, você pode imaginar o tamanho da minha boa vontade para assistir esse reboot… Mas guardei os preconceitos na gaveta, fui de coração aberto assistir e cá estou para falar as minhas impressões.
Mas antes vamos ver do que se trata:
Uma antiga feiticeira volta à vida decidida a vingar-se de uma traição do passado. Dividido entre o mundo sobrenatural e humano, o lendário meio-demônio Hellboy recebe a missão de conter essa ameaça e salvar o mundo.
O primeiro ponto que me incomodou é como as relações entre os personagens são superficiais. O conflito entre Hellboy e seu pai é mal trabalhado e o faz parecer um adolescente birrento; a formação e entrosamento da equipe não me convenceu; e por fim, os antagonistas não me passaram aquela sensação de ameaça.
“Relação, Joe? Isso é filme de herói, eu quero é pancadaria!” Isso me você encontra, mas é uma pena que a ação do filme seja mal executada (até no melhor momento, que é a cena dos gigantes que está no trailer). Os recursos utilizados são bem focados gore e faz o longa parecer uma mistura de filme trash com fantasia, uma combinação perfeita, se não fosse a execução.
Em alguns momentos, todo esse gore parece uma tentativa de levar o espectador às gargalhadas, o que pode parecer bizarro, mas Deadpool, por exemplo, o faz com perfeição. Entretanto, o humor do filme é fraco nesse e em outros pontos… O que eu pude perceber é que o longa busca uma identidade própria no gênero de heróis, mas se perde no caminho.
Finalizando, a narrativa é muito, mas muito bagunçada. Boa parte do filme é focada em Hellboy “pulando” de inimigo em inimigo e é difícil ver sentido nessa proposta. Parece que tudo é feito só para apresentar as criaturas do universo. Fora isso, o enredo traz muitos pontos e não dá conta de tratar de todos eles. Muita informação para um filme só.
Por mais que haja muito esforço por parte dos atores, Hellboy acaba entregando personagens pouco cativantes em uma trama que sofre com a falta de foco. Talvez esse seja o enterro do personagem nas telonas, mas vamos aguardar… Enfim, eu ainda quero dar uma chance para os quadrinhos e aceito indicações.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.