Assistimos: Animais Fantásticos e Onde Habitam

Antes de começar, já vou pedindo minhas sinceras desculpas
aos Potterheads que lerem estes meus comentários, provavelmente terá muita
besteira por motivos de… Bem, durante todos esses anos eu vivi à margem do
universo bruxo.

 “Mas como assim?!”

Digamos que o meu contato com o primeiro livro da franquia
não foi lá um amor a primeira vista para o “pré-adolescente-super-crítico-literário”
que eu era (história pra outro dia, quem sabe). Porém, entretanto, contudo, todavia,
fazia uns anos que eu dizia a mim mesmo que ainda daria uma outra oportunidade
a franquia e o lançamento de Animais Fantásticos e Onde Habitam foi esse
momento. Deixando claro que ainda não li os livros, no momento os mesmos estão
na estante esperando aquela oportunidade.
Sem mais justificativas, vamos ao que interessa:

O filme traz o atrapalhado bruxo Newt Scamander (Eddie
Redmayne) descendo nas terras do Tio Sam com a sua mala cheia de animais mágicos
e logo de cara um dos bichinhos (nós queremos um Pelúcio, por favor) já o mete
em encrenca. A partir dessas primeiras pinceladas de comédia, entram no destino
do nosso magizoologista o trouxa/no-maj Jacob Kowalski (Dan Fogler) e a ambiciosa
funcionária da MACUSA Porpentina Goldstein (Katherine Waterston). Depois disto
o resto é história, nada de spoilers aqui, certo?

Apesar da minha descrição sobre o tom cômico do filme, ele
não se limita a isso, pois antes mesmo da citada cena, já podemos ver a trama da
franquia começando a ser traçada: O bruxo coisa ruim Gellert Grindelwald (Johnny
Depp) e a sua “nova ordem mundial” já estão nas capas dos jornais. Em outras
palavras, o filme caminha pelos humores; vai dos risos às trevas e ainda dá uma
passadinha no romance.
O roteiro de J. K. Rowling não decepciona: A ambientação no
contexto histórico, as mensagens nas entrelinhas (preservação ambiental, excluídos
socialmente, etc.) e na minha opinião o melhor/principal que é a forma como ela
constrói a relação entre os personagens. Aquilo que nos dá vontade de conviver
com aquelas pessoas, o que deu tão certo em HP está de volta (obrigado J.K.). Sem
contar que elenco desepenha muito bem a sua narrativa, principalmente nas
emoções dos personagens (perceba Ivair, como ele gosta dessas coisas). Amamos,
odiamos e desprezamos esses serumaninhos tudo.
Quanto à direção, David Yates traz mais uma vez o universo
bruxo com uma beleza ímpar. Destaque para o mundo de habitats dentro da maleta
que nos faz sentir como Jacob: “Eu jamais teria imaginação para isso”. Destaque
também para a trilha sonora que está super agradável e bem colocada.

Se vale a pena ver o filme mais “trouxa” até o momento do
universo de J.K. Rowling? Ô, vale muito! Aquele filme com ar de sessão da tarde
que certamente agrada tanto fãs quanto não-fãs. E que venham os outros quatro.