Lemos: Visão – Pouco pior que um homem


Não resisti. Comprei um quadrinho por indicação. Eu sei, eu sei: jurei que não faria mais isso. Só que, entendam a minha situação (rs!): Era um dos quadrinhos mais esperados por aqui; ganhou o prêmio Eisner, de melhor série limitada; muitas pessoas falando muito bem e é a família do Visão, mano! O quadrinho em questão é Visão – Pouco pior que um homem.

Bem, é a família do Visão, só que, como você pode ver na capa, não é com Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate… Sua esposa chama-se Virgínia e eles têm como filhos, um casal de gêmeos adolescentes, a Viv e o Vin. O Visão “criou” essa família no mesmo laboratório em que foi criado por Ultron. Outra coisa que é nítida, é que todos herdaram sua aparência e seus poderes.

Visão imagina que ele possa viver como um homem normal, com uma vida normal e sua família compartilha o mesmo… ”Sentimento”?! Amigos, esse é aquele quadrinho que você só de olhar a capa, sabe que vai dar m%#&@…

Durante a leitura de Visão – Pouco pior que um homem, fui sentindo uma aflição gigante, por dois motivos: os acontecimentos e os diálogos reflexivos. Todo personagem que se aproxima dos Visões têm um pouco de receio e aflição ao fazê-lo, por mais simples que aquilo possa parecer. Ter uma família dita como “diferente” aos olhos de todos, pode acarretar uma série de episódios preconceituosos, os quais é perceptível pelos Visões, mas, ao meu ver, eles não sabem como agir diante disso.

Quanto aos momentos de reflexão, eu gostaria de destacar os diálogos entre Virgínia e Visão. Eu notei um Visão beeeem machista e controlador… Notei um “homem” que quer “moldar” a família ao seu modo, que tudo gire em torno dele e que pensem como ele. Visão discorda de Virgínia em vários momentos, por questões bobas, o que a deixava, aparentemente, triste e acuada (tinha outra coisa que a deixava assim também), tipo um relacionamento abusivo (talvez, eu esteja exagerando), psicologicamente falando. Tirando essa parte, há momentos bem pertinentes a nós mesmos, sobre nossos atos e modos de viver.

Já com Viv e Vin, ele tinha um “instinto” paternal e, aparentemente, normal. Como já havia dito, eles são adolescentes que têm de lidar com olhares curiosos dos demais colegas no ambiente escolar e na vizinhança, o que os fazem retornar para casa cheios de dúvidas.


Visão – Pouco pior que um homem é uma HQ bem rápida de ler, mesmo com as questões complexas ao longo da mesma. O roteiro de Tom King é carregado de reflexões em vários aspectos, o que faz esse quadrinho ser bem diferenciado e prazeroso de ler. As ilustrações de Gabriel Hernandez Salta são lindíssimas, com traços finos, um sobreado bem leve, que mantém o ar tradicionalista (a família tradicional tão almejada por Visão) do quadrinho. As cores e o brilho dado por Jordie Bellarie às imagens, dão aos Visões um tom sintético, um brilho mais acentuado do que o tom da pele dos humanos.

Falei demais, né?! Mas tentem me entender: estou “élfórica” com essa aquisição e está recomendadíssima a vocês! Só que eu preciso dizer (espero não desanimá-los) que o valor do quadrinho faz a gente pensar um zilhão de vezes, antes de comprar, por ser meio… $algado… Comprei por ser a última HQ que tinha na banca. Portanto, recomendo que leiam outras opiniões a respeito. A Panini lançou o Vol.1 e eu tô mais que ansiosa pela segunda parte dessa história MA-RA-VI-LHO-SA, daquelas para ter e reler.