Pensa numa série que já começa com um caso intrigante, com um tom bem sombrio, forte (visual e psicologicamente falando) e misterioso. Pensou?! Ok. Agora, multiplica por dois… Tudo bem. Você pode ter imaginado uma outra (talvez até uma delas tenha sido a mesma que pensei), mas convenhamos que, outra série nesse estilo nunca é demais.
Hoje, vou contar para você as minhas primeiras impressões de uma série que encontramos, por acaso, no catálogo da Netflix (por acaso, porque o Joe e eu estávamos destinados a assistir Black Mirror: Bandersnatch), cujo trailer now chamou a atenção: O Alienista.
Antes disso, leia a sinopse da serie, que é baseada no livro, de mesmo nome, de Caleb Carr:
“O Alienista se passa na Nova York de 1895 e acompanha o alienista Dr. Laszlo Kreizler, um tipo de psiquiatra que acredita que doentes mentais, incluindo criminosos, estavam “alienados” de sua real natureza. Ele é convidado para encontrar um serial killer que tem assassinado jovens meninos que se prostituem. Nessa investigação, ele contará com a ajuda da secretária Sara Howard e do ilustrador do New York Times John Moore.”
O Alienista é uma série que me prendeu bastante. A cada instante, algo diferente e grande acontece: você sabe que o assassino irá matar mais algum garoto; ou que algumas das pessoas envolvidas nas investigações pode se prejudicar (ou ser prejudicada ou pistas surpresas, que vão aparecendo aos poucos. Não tem como o espectador deixar de se prender à série, pois o ritmo da mesma é envolvente, devido à esta sequência de acontecimentos, que podem acarretar numa possível oportunidade de descobrir o assassino.
Os personagens são muito bem construídos, ao meu ver. Infelizmente não posso fazer um comparativo, entre os personagens da série e do livro, uma vez que não li o mesmo. Mas, observando apenas a mídia televisiva, os perfis apresentadas por cada personagem são, independente do teor positivo ou negativo, “fortes”: conservadores, hipócritas, machistas, feministas, sexistas, racistas, pedófilos, … Quando eu coloco a palavra forte entre aspas, é pelo motivo de ser algo que deixa um impacto no espectador, pois assim como uma mulher emponderada no século XIX, desperta a minha atenção de forma positiva, a pedofilia, que é um dos assuntos mais tratado da série, atua (é óbvio), de maneira negativa em mim. Portanto, os perfis apresentados na série, causam forte impacto no telespectador.
Laszlo é um psiquiatra bastante procurado para tratar de casos infantis, mas vem provocando os adultos ao seu redor, afim de estudá-los; Sara é secretária do comissário e, como trabalha num ambiente que exala o machismo, passa por situações (muito nojentas) de sexismo, provocadas, principalmente, pelo Capitão Connor; John é o ilustrador de um importante jornal, amigo de Laszlo, que participa ao psquiatra determinados acontecimentos da cidade, através de suas ilustrações e descrições de como a vítima foi encontrada, coletadas no local do crime, ao qual tem acesso. Há outros personagens que seriam importantes a serem descritos aqui, como o próprio Capitão Connor e os dois empregados de Laszlo, mas o texto já tá ficando grande, galera. Prometo que falarei um pouco deles no fim da temporada.
A fotografia da série é impactante, detalhista, sombria, opaca e, em grande parte, sem vida. Acredito que isso se dê ao fato de que, as vestimentas da época, assim o eram, sempre com tom terroso e fechado. Os momentos em que se vê tons fortes ou claros, são: os vermelhos presentes na boca dos meninos do bordel e no sangue (já mais escuro) na roupa dos mesmos, quando são assassinados e o tom alvo, que é cor da roupas roupas de baixo, usada por esses meninos e pela Sara, quando esta não está em seu local de trabalho.
O Alienista é uma série impactante e misteriosa, que me conquistou, devido à sua bagagem de artifícios que me fez estar presa a ela, como telespectadora e, de certa forma, como alguém interessada em questões psíquicas e na tentativa de desvendar as mesmas. Se você curte séries do tipo, esta irá te agradar.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…