No último domingo, chegou até nós o episódio final de Watchmen! Se você acompanha o meio nerd, deve ter percebido que a série dividiu opiniões, mas será que ela é tão boa ou tão ruim quanto dizem por aí? Bem, talvez eu não te darei essa resposta, mas posso garantir que falarei as minhas impressões evitando o máximo de spoilers. Vem comigo?
Tic-tac… Tic-tac… Tic-tac… Sinopse:
2019. Ambientada após os eventos da clássica Graphic Novel de Alan Moore e Dave Gibbons, a série se passa em uma realidade distópica e acompanha Angela Abar, uma detetive policial que investiga o assassinato de um colega. Neste universo, os policiais usam máscaras sobre seus rostos para protegerem suas identidades, e precisam descobrir a origem e o objetivo de um grupo supremacista chamado A Sétima Kavalaria, cujos membros usam máscaras semelhantes à do Rorschach.
Na minha opinião, uma das coisas interessantes da série foi o fato de que a mesma não buscou ser uma adaptação fiel ao material já produzido, mas sim de contar uma estória a partir dele. Sintetizando de uma forma bem grotesca, o roteiro ilustra as consequências dos quadrinhos em um contexto, digamos, mais atual.
Contudo, a produção não utilizou o material de origem de forma simplória como vemos em algumas adaptações do gênero. Ou seja, você não vai ver um novo grupo de heróis vivendo uma história já contada com uma chuva de fan-service. Escrevendo de uma forma que não resulte em spoilers, eu diria que Damon Lindelof “bebeu da fonte”, mas escreveu a sua própria reflexão.
Apesar das diferenças, ainda assim é possível encontrar discussões do material original. Por exemplo, a questão dos vigilantes segue na narrativa (como era de se esperar). Mesmo com um viés pouco diferenciado, ela segue forte. Principalmente no que tange a ilustrar o papel dessas figuras anos depois dos eventos das HQs.
Porém, a principal mensagem da série é sobre as questões raciais. Falo com tranquilidade que esse é o maior acerto da produção! Toda a trama construída em cima desse tema é certeira e dialoga muito bem com a nossa atual realidade. Muita gente torceu o nariz por causa disso, mas acho que é aquele lance de vestir a carapuça.
Finalizando, deixo os meus elogios (como se fossem importantes) ao roteiro. O trabalho narrativo da série é fantástico, porque por mais que tenha parecido de início, nada é isolado! Os episódios vão lançando uma série de estórias e mistérios, para no último episódio juntar todas as peças de forma primorosa. Entretanto, confesso que não gostei muito da “grande problemática”, mas isso é um problema meu e não tira o mérito da obra como um todo. Queria dissertar mais sobre, mas seria spoiler até o teto.
Com uma mensagem potente, Watchmen termina de forma digna. Mesmo com as minhas divergências quanto aos três últimos episódios, gostei do resultado final. Se era uma produção necessária, eu ainda não sei, mas recomendo que você dê uma olhada, se ainda não o fez. No mais, quero tatuar o sexto episódio no meu coração.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.