Talvez você já não aguente mais as séries de super-heróis. Eu não te julgo, porque são muitas! Vou confessar que eu já abandonei a maioria, mas ouvi tanto falar em The Boys, que resolvi dar uma olhada. Enfim, temporada terminada, cá estou para falar sobre. Simbora!
Mas antes, vamos saber o que essa tem de diferente:
Em um mundo onde os super-heróis abraçam o lado mais sombrio de sua enorme fama, a série se concentra em um grupo de vigilantes conhecidos informalmente como “The Boys”, que decidiram punir super-heróis corruptos.
Julgar pela sinopse, seria constatar que você já viu isso antes em certos multiversos por aí. Porém, The Boys traz esse conceito em uma pegada bem hardcore (dizem que nos quadrinhos é mais, entretanto não li nenhum). A narrativa traz um ceticismo gigante com as “figuras de salvação” e a classificação indicativa não mente: prepare-se para ver gore e muito humor negro!
Quando falo de ceticismo, é porque a grande problemática da série traz como o poder (seja físico ou financeiro) poderia corromper facilmente os supes. Dentro desta abordagem, somos apresentados a seres que se portam como deuses intocáveis e que são vendidos como perfeitos em um mercado multimilionário. Particularmente, acho que se existissem super-heróis, seriam exatamente daquele jeito.
Mas não são apenas as celebridades e as grandes corporações que são atingidas nessa pegada satírica. Outras figuras de poder e status são alfinetadas, por exemplo: líderes religiosos, políticos e até mesmo o mercado cinematográfico de super-heróis. Não escapa praticamente ninguém, hahaha.
Mudando de assunto, outro ponto alto da produção foi a sua estrutura narrativa. Não há nada de mirabolante nela, muito pelo contrário, é direta: seu foco é na formação do grupo. Pode parecer loucura a série ter oito episódios “só” para isso, mas obviamente acontece muita coisa nesse caminho. Entretanto, nada é dispensável! Parece que você está vendo um filme de oito horas de duração.
Finalizando, destaco que de tudo o que a narrativa oferece, o melhor é a construção dos personagens. Como foi incrível ver o crescimento de Hughie e Estelar na trama. Como me diverti com o Francês. Além destes, o maior destaque, sem dúvida alguma é o Capitão Pátria. Que construção doentiamente fantástica, meus amigos!
The Boys não poderia vir em melhor hora, porque traz uma visão cética do fenômeno dos super-heróis. Não sendo apenas visualmente, mas também tematicamente violenta (sem ser gratuita, vale ressaltar), ainda brinca com o nosso cotidiano, onde vemos cada vez mais idiotas sendo idolatrados por multidões.

Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.