Mais uma adaptação de história em quadrinhos tem o carimbo da Netflix. Sweet Tooth é uma HQ da Vertigo, publicada em 2009, escrita e desenhada por Jeff Lemire. Apesar da adaptação ter sido menosprezada, tendo comentários nas redes ridicularizando a compra da série, esta tornou-se um grande sucesso na plataforma de streaming. E foi justamente por ela estar sempre entre os cinco conteúdos mais assistidos na Netflix (acabei de abrir o aplicativo e ela está no quinto lugar), que resolvi assisti-la e aqui estou para falar, sem spoiler, do que achei desta primeira temporada. Siga-me!
Mas antes seguirmos, a sinopse:
Em uma perigosa aventura em um mundo pós-apocalíptico, um adorável menino-cervo sai em busca de um novo começo na companhia de um protetor rabugento.
Antes de tudo, já quero adiantar que meu contato com a história se deu pela série, ou seja, não li a HQ e sequer a conhecia, apesar de eu já ter visto a imagem do personagem Gus na HQ passando por uma rede social. Sweet Tooth, na minha opinião, parece uma fábula, só que de um jeito diferente. É que me pareceu que, como no início de cada episódio há um mesmo narrador passando uma mensagem reflexiva, nos remetendo a situações de antes da pandemia ou até mesmo devaneios de personagens, entendi isso como uma “moral da história”, sendo que no início, ao invés de ser no final, como observamos nas leituras de fábulas.
Mas você deve estar querendo saber o motivo de eu ter falado em pandemia, né? Então… É isso mesmo que você entendeu. A trama de Sweet Tooth é iniciada por um vírus, de procedência desconhecida, que está matando a população. Além disso, as crianças nascidas nesse período têm uma característica que causou desespero e curiosidade na sociedade: as crianças nasciam híbridas, ou seja, uma mistura (fofíssima, na minha opinião) de seres humanos com animais. Tidos como aberrações, os híbridos tiveram destinos variados e você já deve imaginar o destino da maioria, né… Mas Gus (Christian Convery), um menino-cervo, teve a sorte a seu favor, graças ao seu “baba” (sem acento mesmo), neste caso, seu pai (Will Forte), que se escondeu numa floresta, criando o menino-cervo por lá.
Creio que comentei nas minhas primeiras impressões que ela pode até parecer a animação Bambi antes de assisti-la, mas que está longe de ser parecido. Logo nas primeiras cenas, já é perceptível que os caminhos serão diferentes e que a série traz camadas que propõem críticas sociais, ainda mais nessa imersão pandêmica que também vivemos. Como se enfrenta um “vírus” desconhecido, como as relações entre as pessoas mudam, a perda de entes queridos, participação de aglomerações (mesmo sabendo que está infectado com o vírus), medidas de isolamento, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), entre outras coisas mais bem escancaradas e reflexivas, é claro.
Muitas coisas vão acontecendo durante a série, personagens vão surgindo com suas grandes contribuições para a trama e, portanto não dá para aprofundar mais a respeito. Mas tem uma coisinha que me incomodou um pouquinho nesse caminho, que foi como deixou-se o desenrolar de grandes acontecimentos para os três últimos episódios, apesar dos que os antecedem não serem menos importantes ou arrastados.
Além de apresentar questões importantes, Sweet Tooth carrega uma estética muito bonita e que me impressionou. Efeitos especiais impecáveis, para quem achou poderiam pecar neste aspecto (Eu! hahaha), quando se imagina um menino com chifres e orelhas de cervo. Os demais “bebês híbridos” são fofíssimos (mais do que os bebês da antiga propaganda de leite integral, que não eram “híbridos”, mas eu tinha que falar disso em algum momento rs)!
Como falei anteriormente, não li a HQ para saber o quão “fiel” a adaptação está, mas isso não impede que você curta esse início da aventura de Gus assim como eu curti. Sweet Tooth é uma série que surpreende e que parece ainda não ter uma segunda temporada confirmada na Netflix. Talvez (mas talvez mesmo, por ser achismo meu), por ser uma produção da Warner Bros, o streaming da HBO resolva pegar a série para sua plataforma… Mas, enquanto isso, assista a primeira temporada e conte-nos o que achou da série!
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…