Assistimos: Greenleaf (Season 2)


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4
On 27 de novembro de 2020
Last modified:27 de novembro de 2020

Summary:

Greenleaf é uma série que me surpreendeu. Comecei a assisti-la por curiosidade e olhe onde estou. Confesso que, enquanto escrevo sobre a segunda temporada, já estou no primeiro episódio da quarta. É desse jeito: a série vai te levando, te envolvendo e, por vezes, nem se dá conta de que está passando para outra temporada. Bem, mas agora, falarei das minhas impressões a respeito da segunda temporada. Então, se você não assistiu a primeira, é melhor parar por aqui… Mas, se você já assistiu, ou ainda, não se importa com spoilers, apenas me acompanhe.

Greenleaf é uma série que me surpreendeu. Comecei a assisti-la por curiosidade e olhe onde estou. Confesso que, enquanto escrevo sobre a segunda temporada, já estou no primeiro episódio da quarta. É desse jeito: a série vai te levando, te envolvendo e, por vezes, nem se dá conta de que está passando para outra temporada. Bem, mas agora, falarei das minhas impressões a respeito da segunda temporada. Então, se você não assistiu a primeira, é melhor parar por aqui… Mas, se você já assistiu, ou ainda, não se importa com spoilers, apenas me acompanhe.

Mas antes, a sinopse:

James enfrenta um pecado antigo. Grace sofre com sua raiva de Mac. Na Triumph, Jacob conhece o lado obscuro de Basie. O recém-pai Kevin tenta reconquistar Charity.

Posso dizer que essa temporada desencadeou, literalmente falando, muitas coisas ruins… A primeira “coisa” foi Mac (GregAlan Willams), que conseguiu sair da cadeia, cuja cena foi a última da temporada anterior. Isso despertou (ou desencadeou, se preferir) uma fúria ainda maior em Grace (Merle Dandridge), pois o mesmo saiu com muita pompa, cheio de revelações e com uma disposição imensa para atacar a todos da família. É nítido que, uma vez que os ânimos da família são cutucados, principalmente, no que se refere às lembranças da falecida filha do casal Greenleaf, Faith (Terri Abney), e da omissão de muitos diante dos abusos do tio sofridos por ela, tudo respinga na Calvary, o templo religioso coordenado pela família.

Esta temporada, que teve mais episódios, totalizando dezesseis, foi um divisor de águas, como dizem muita coisa emergiu dessas águas passadas. Crimes, infidelidade e mais assédio, abuso sexual e psicológico, sendo este último reduzido brilhantemente, se é que eu posso dizer assim (porque foi nojento e pesado pra mim) a numa única cena, um único gesto, que resumiu toda uma infância abusiva. Falando sério (e não que eu não já estivesse), você não tem noção do susto, repulsa e nojo que senti. Não é tão simples como poderia parecer para alguns. Não citarei os personagens em questão para não dar spoilers. A cena em questão, na minha humilde opinião, reacende até mesmo certos tipos de atitudes carinhosas que os pais têm com seus filhos e filhas. Bizarro.

Outros tipos de abusos vão sendo retratados ao longo da série e que não diminuem os que foram anteriormente citados, mas que também merecem ter crédito, principalmente pelas atuações. Zorah (Lovie Simone), uma das netas dos Greenleaf, filha de Jacob (Lamman Rucker) e Kerissa (Kim Hawthorne), sofre abusos físicos e psicológicos do seu namorado (asqueroso), Isaiah (Roshon Fegan), retrato do que muitas mulheres (e homens também) passam ao amar demais uma pessoa e não perceber o mal que esta lhe causa, diminuindo moralmente, batendo…Já com Kevin (Tye White), marido de Charity (Deborah Joy Winans), ocorre o abuso psicológico e físico da tal “cura gay”, uma vez que o personagem tenta a todo custo recorrer a procedimentos que o ajude a “deixar de ser gay”, como se a homossexualidade fosse uma doença, onde é recomendado que ele passe até a ingerir uma substância que, ao causar uma sensação ruim no corpo, toda vez que ele pensar em ter relações com homens. Gente. A série foi pontual demais.

O roteiro é muito bom, a série tem um andamento legal, apesar de eu sentir que as cenas com a personagem Charity tem deixado a sensação de que seja um preenchimento de vácuo. Seja nos relacionamentos dela com as pessoas ou ainda nos louvores. Particularmente, a parte dos louvores e início dos louvores na Calvary me passam a sensação de que é tudo um programa de auditório, um desfile, um show de cada personagem e não uma igreja. Talvez isso seja proposital do criador de Greenleaf… Não sei… Outra coisa que também ficou um cadinho cansativa é a questão do Basie Skanks (Jason Dirden) e toda a rivalidade entre a sua Triumph e a Calvary. Mas isso não atrapalha muito o desenrolar dos acontecimentos e o meu interesse pela série.

Greenleaf manteve seu nível na segunda temporada com cenas fortes contendo muitas revelações, grandes acontecimentos, relações abusivas, separações (não necessariamente entre casais) e críticas fortes à forma preconceituosa das igrejas tratarem o homossexualismo e o real impacto dos métodos nas pessoas. Independente das partes musicais, sigo assistindo a série que fica mais interessante a cada episódio. Logo retornarei para falar da terceira temporada. Recomendo!