(Des)encanto voltou, mas não foi “captada pelo meu radar”. A divertida série Matt Groening deu as caras na Netflix em setembro e eu só descobri na última semana. Sendo assim, evoco aquela máxima que vivo dizendo por aqui: “antes tarde do que nunca, assisti e cá estou para falar sobre”. Bora comigo?
Mas primeiro, sinopse:
A rebelde princesa Bean pena para salvar um amigo, descobre uma profecia mística e ajuda a recuperar o reino do pai.
Na minha opinião, a série praticamente continua com os mesmos erros e acertos da última temporada, mas vamos por partes. Primeiro, começa bem, porque vai amarrando todas as pontas soltas da última temporada. Contudo, pouco antes da metade, senti que fui bombardeado novamente com mais e mais enrolações.
Isso porque a série parece não decidir se quer utilizar a sua narrativa como uma grande trama, ou se que fazer episódios isolados. Particularmente achei isso muito incômodo, pois mais uma vez a estória só acelera o seu ritmo nos últimos episódios… Porém, dá pra se tirar pontos positivos dessa “enrolação”: primeiro que há uma considerável expensão do universo, e o segundo é que a utilização de Luci e Elfo foi infinitamente superior nessa temporada!
Trocando de assunto, vamos ao que interessa: o humor! A animação continua na mesma pegada de antes, porém a crítica social é mais suave do que da outra vez. Ainda há as piadas sobre machismo, desigualdade social, religião, etc… Mas na minha opinião, é o nonsense e as piadas com morte que são o grande destaque nesse retorno.
Por fim, falo sobre a dublagem. Se na primeira temporada a versão tupiniquim teve inúmeras referências aos memes brasileiros, desta vez a direção botou o “pé no freio”. Mesmo sendo possível encontrar uma referência ou outra, o número caiu consideravelmente. Provavelmente o que tanto me divertiu, não conseguiu o mesmo efeito com a maioria do público. Uma pena.
(Des)encanto retorna com a mesma qualidade técnica e humor típico do Groening. Apesar de ter acertado alguns pontos narrativos, ainda persiste com seu ritmo lento. Porém, talvez não seja nada disso, afinal, quem vos escreve é um corneteiro não especialista. Enfim, aguardarei a terceira temporada… Mais desanimado do que nunca, mas aguardarei.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.