O novo trabalho de Matt Groening dá as caras, mas dessa vez longe da Fox. Parece Simpsons? Parece Futurama? Por estar no Netflix, o trabalho é mais sem freio? Bem, vou falar as minhas impressões agora. Vem comigo!
Mas antes, a sinopse: “Toda princesa tem seus deveres, mas ela quer mesmo é encher a cara. E com um elfo e um demônio como parceiros, levar o rei à loucura será uma tarefa fácil“. Sim, é só isso de sinopse mesmo.
Sinopse apresentada, vou responder as perguntas iniciais de forma bem direta:
– Parece com Simpsons?
– Não!
– Parece com Futurama?
– Não!
– Por estar no Netflix, o trabalho é mais sem freio?
– Não!
Quanto às semelhanças, ouso a dizer que praticamente se resume aos traços e só. Já quanto aos “limites do humor”, a série poderia ser exibida tranquilamente na Fox. Então toda aquela expectativa criada, deve ter resultado em frustração em alguns espectadores. Porém, ao meu ver, a atração não é ruim e entrega bons pontos. E vamos a eles:
Apesar do humor ser comedido, faz boas referências ao gênero fantasia (logo no primeiro episódio temos o trono de ferro) e também satiriza a narrativa típica dessas produções. Não há uma jornada de virtudes, a princesa Bean só é uma adolescente como outra qualquer: rebelde clamando por liberdades. Entretanto, por se passar em um contexto medieval, acaba se revelando uma sátira político/social que não se resume só ao espaço feminino daquela sociedade, mas também toca em assuntos como divisão de classes, saúde pública, etc. Ainda sobre o humor, é possível identificar pitadas do bom “nonsense” de Monty Python.
Outra coisa que me agradou muito, foram os protagonistas. A princesa Bean é muito bem construída e seus amigos Elfo e Luci, que inicialmente só funcionam como “anjinho e diabinho da consciência”, vão com o passar dos episódios se tornando essenciais à trama. O problema é que só eles aparecem, não há destaque aos coadjuvantes. Isso acaba resultando em episódios desconexos com a trama, fazendo com que o ritmo seja lento e só acelerando no final. E deixa uma pá de coisas sem resolver…
Por fim, vou falar do que há de melhor na produção: A dublagem! Provavelmente se não fosse pela dublagem brasileira, a minha visão sobre a série, seria outra. Há inúmeras referências aos memes brasileiros como: Jeremias, Dollynho, Jailson Mendes, Irineu e muitos outros! Tudo muito contextualizado e causando boas risadas, porque não tem como esperar.
(Des)encanto chega de forma suave (o que pode causar certa frustração), mas ainda assim é uma produção divertida e tecnicamente muito bem feita. Mesmo terminando com “um balde de água fria”, há muito o que ser explorado e há muito potencial. Que venha a segunda temporada!
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.