Mês passado eu estive por aqui e dei as minhas primeiras impressões sobre Chernobyl. Depois de terminar a série, hoje finalmente retorno para dar o meu veredito (como se isso fosse grandes coisas). Será que eu achei tudo isso que dizem por aí? Bem, vou parar com as enrolações e ir direto ao ponto!
Primeiro, vamos relembrar a sinopse:
Ucrânia, 1986. Uma explosão seguida de um incêndio na Usina Nuclear de Chernobyl dizima dezenas de pessoas e acaba por se tornar o maior desastre nuclear da história. Enquanto o mundo lamenta o ocorrido, o cientista Valery Legasov, a física Ulana Khomyuk e o vice-presidente do Conselho de Ministros Boris Shcherbina tentam descobrir as causas do acidente.
Se no primeiro episódio o foco era mostrar todo o desespero em meio ao acidente, os episódios seguintes praticamente tiveram o seguinte padrão: resolver alguma das consequências da catástrofe e caminhar com as subtramas. O clima de tensão se manteve presente durante toda a temporada e na minha opinião esse foi a coisa mais fantástica da série! Era como se eu estivesse sentindo o medo e a agonia que os personagens sentiam diante àquelas situações.
Como era de se esperar, a mensagem política também permaneceu, afinal o contexto é a guerra fria. Porém, senti uma leve mudança no tom: se antes eu via os líderes de uma forma quase caricata, com o passar dos episódios eu os vi se tornarem uma grande ameaça aos envolvidos naquele problema. Essa situação de inimigo invisível também me prendeu bastante e me fazia esperar ansiosamente pelas sextas-feiras.
Voltando às subtramas, elas ganham um destaque todo especial, porque algumas foram utilizadas no tom investigativo que a produção foi tomando. A cada episódio era entregue uma peça do quebra-cabeças e assim a série vai nos levando até o capítulo final: o julgamento onde há um grande dilema e a explicação de como o reator explodiu.
Se no primeiro episódio os recursos técnicos chegaram a tratar o desastre de forma poética, a fim ilustrar a inocência de alguns, episódio a episódio fui vendo tais ferramentas servindo para expressar: medo, desespero, agonia, desilusão e sacrifício. A cada capítulo novo a produção me dizia: o ser humano é um perigo ao planeta.
De uma qualidade absurda, Chernobyl conta a história da catástrofe como ela deveria ser contada: sem sutileza alguma! Faz uma crítica pertinente de como aqueles que nos representam podem acobertar situações drásticas, das consequências do progresso e ainda é capaz de tirar lágrimas do telespectador. Recomendo e muito!
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.