Lemos: Oninbo e os Vermes do Inferno – Partes 1 & 2 (Hideshi Hino)

Depois de falar sobre A Serpente Vermelha e O Garoto Verme, chegou a hora de finalizar a série de resenhas sobre as obras de Hideshi Hino lançadas pela Zarabatana Books. Hoje vou falar sobre os dois últimos volumes da coleção Horror Mangá: Oninbo e os Vermes do Inferno.

Temos aqui as aventuras macabras de Oninbo, um pequeno demônio que vive à caça dos Vermes do Inferno, estranhas criaturas que habitam a alma das pessoas, alimentando-se dos traumas e das experiências ruins pelas quais passaram. Não se deixe enganar pelas aparências, pois Oninbo assume a forma de um garotinho adorável, mas com maus hábitos à mesa. Monstros assassinos, fantasmas rancorosos, vermes repugnantes, objetos que se transformam em seres demoníacos, bebês diabólicos, serial killers. Esses são os alvos de Oninbo, e se as pessoas atormentadas por essas visões se beneficiam com as intervenções do pequeno demônio estrábico, isso é apenas um efeito colateral. Na segunda parte temos também Mamushinbo e Himenbo, que agora se unem a Oninbo para enfrentar as artimanhas de Sasorinbo, que quer acabar com a festa do trio e ficar com os Vermes do Inferno só para ele.

Diferente dos outros volumes da coleção, aqui o protagonista da história não sofre os horrores do ambiente, pelo contrário: Oninbo se beneficia dos horrores que as pessoas sofrem, uma vez que, os vermes do inferno que atormentam os humanos, são suas refeições favoritas. Os banquetes de Oninbo são nojentos, quanto maior o verme, mais ele gosta. URGH!

Espíritos sem paz, traumas, stress e outras coisas; esses são os causadores da hospedagem indesejada dos vermes, que quando habitam nos humanos, causam os piores transtornos possíveis. Nesse momento nos encontramos com a arte característica de Hino, que mais uma vez não poupa o sangue, as deformações, enfim, o gore que é sua marca registrada.

A bela canção de Oninbo

Oninbo e seus amigos percorrem as cidades em busca de refeições e suas intervenções são benéficas aos humanos, mas como já foi dito, esse não é bem esse o propósito deles. Tem horas em que a relação do trio lembra até um pouco os famosas aventuras dos shōnens: Há o espírito de amizade, equipe (embora pequeno) e até uma pitada de humor. Tudo perfeitamente dosado à atmosfera de terror.

Oninbo e os Vermes do Inferno traz uma história interessante a respeito dos nossos monstros (no caso vermes) interiores. Dentro dessa metáfora trabalhada com maestria temos o terror característico de Hideshi Hino, que mais uma vez nos trouxe um mangá que causa um certo desconforto durante e após a leitura. Mas o pior é saber que a coleção termina aqui… Zarabatana, traz mais Hideshi Hino! Por favor!