Assistimos: Porco Rosso – O Último Herói Romântico


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On 22 de abril de 2020
Last modified:24 de abril de 2020

Summary:

Studio Ghibli tem umas animações das quais as pessoas não costumam a falar muito e, consequentemente, a gente não dá tanta importância. Porco Rosso: O Último Herói Romântico é um desses que, inclusive, só tomei conhecimento da existência lendo uma "lista ranking" das animações do estúdio, com notas dadas por sites especializados em cinema. Confesso que a estética me deixou um tanto confusa, ainda mais depois de ler do que se tratava o enredo, pois se tratava de um animal antropomórfico, porém um detalhe no longo trailer me chamou atenção: uma foto com um rosto que fora rabiscado. Diante disso, como gostei do resumão da trama, vamos conversar um pouco sobre a minha experiência assistindo Porco Rosso, que é um porco aviador.

Studio Ghibli tem umas animações das quais as pessoas não costumam a falar muito e, consequentemente, a gente não dá tanta importância. Porco Rosso – O Último Herói Romântico é um desses que, inclusive, só tomei conhecimento da existência lendo uma “lista ranking” das animações do estúdio, com notas dadas por sites especializados em cinema. Confesso que a estética me deixou um tanto confusa, ainda mais depois de ler do que se tratava o enredo, pois se tratava de um animal antropomórfico, porém um detalhe no longo trailer me chamou atenção: uma foto com um rosto que fora rabiscado. Diante disso, como gostei do resumão da trama, vamos conversar um pouco sobre a minha experiência assistindo Porco Rosso, que é um porco aviador.

Antes, vamos sobrevoar a pequena sinopse, fornecida pela Netflix, pois creio que a animação ainda esteja no catálogo:

Piratas dos céus decidem aterrorizar o Mar Adriático e apenas um bravo piloto, metade homem e metade porco, tem a coragem necessária para enfrentá-los.

Já começo avisando: se você está procurando um filme para se divertir, dar risada, pode esquecer esse aqui. Digo isso com muito pesar, visto que a história é bem interessante, mas chega a um ponto de se tornar um cadinho massante. O filme é, basicamente, a história de um piloto de avião italiano, chamado Marco Porcelino Rosso que, com o fim da Primeira Guerra Mundial, passou a proteger navios de turísticos de piratas que sequestram e saqueiam os mesmos. Marco que, tem a figura antropomórfica (atribuição de características e aspectos humanos a animais), é chamado de Porco Rosso, pois possui a cabeça de um porco, o que é explicado no decorrer da animação.

Porco Rosso tem uma vida um tanto que solitária, apesar de estabelecer contato com outras pessoas e frequentar lugares, durante suas aventuras. Ele é temido por seus adversários, pois trabalha para si mesmo, sendo um caçador de recompensas que acaba com os planos dos piratas do ar. Numa dessas missões, ele foi alvo de um grupo de piratas que contrataram um famoso piloto americano para acabar com Porco Rosso de uma vez por todas. A partir daí, o Porco Rosso vive grandes aventuras e conhece pessoas que podem vir a ajudá-lo de alguma forma nessa nova batalha, como Madame Gina e Fionna que, inclusive, são figuras femininas de poder, força e independência, algo que sempre está presente nas animações do estúdio.

Se tratando de arte, Porco Rosso – O Último Herói Romântico ainda tem aquele “Q” de Meu Amigo Tororo (1988), sendo lançado quatro anos depois, em 1992. As expressões dos personagens são muito caricatas, num tom de exagero, quando os personagens demonstram surpresa ou espanto, por exemplo. Sem falar nos tons pastéis que, mesmo contendo tons de azul e vermelho fortes, ganham na disputa de destaque na trama, seja nas vestimentas dos personagens ou na ambientação, principalmente o protagonista, cuja roupa sempre em tom neutro, nude, bem semelhante ao tom de sua pele que, apesar de ser um porco, só o focinho é rosado. Vale ressaltar aqui a ambientação campestre que sempre impressiona nas animações do estúdio.

Como disse anteriormente, Porco Rosso – O Último Herói Romântico não é um filme para assistir, se você estiver procurando pelo mínimo que seja de diversão. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual assistir essa animação foi meio frustrante pra mim: apesar de eu já saber que há uma grande abordagem de um contexto histórico, fiquei me perguntando o porquê de eu ter escolhido tal animação para assistir. Com isso, o filme tornou-se muito massante e arrastado ao meu ver, apesar de ter mensagens históricas importantes ali, como a frase “Melhor ser um porco do que um fascista”. A narrativa não me passou a ideia de linearidade, parecendo que eu tinha perdido algo. O filme por vezes, me pareceu confuso e acredito que isso se deu pelo fato de não estar tão inteirada do contexto histórico para assisti-lo, tendo só pesquisado após assistir o mesmo. Não gostei do final, pois foi uma incógnita para mim. Não posso falar sobre, mas não senti que ficou muito explicado não.

O fato do personagem estar sempre conseguindo concluir suas missões com sucesso, me fez lembrar daquela expressão, em inglês, “When Pigs Fly” que, para nós seria “quando o porco criar asas”, que significa que algo será difícil de acontecer. Talvez, pelo fato de Rosso, de alguma forma voar, todas as missões para as quais ele era convocado, eram resolvidas com sucesso. Dói dizer, que não gostei tanto de Porco Rosso – O Último Herói Romântico, porque é difícil dizer que Hayao Miyazaki não me cativou. Se, em algum momento, eu disse que uma animação do Studio Ghibli deixaria de me agradar só no dia em que o porco criasse asas, pois bem. Este dia chegou.