Assistimos: O Mundo dos Pequeninos


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On 8 de abril de 2020
Last modified:8 de abril de 2020

Summary:

E lá vamos nós de Studio Ghibli de novo! Ooooobaaaa!!! É como naquele meme: "Nesta casa, eu e minha família serviremos ao Studio Ghibli" rs. Por enquanto, estou falando das animações que assisti há tempos, como é o caso de O Mundo dos Pequeninos, de 2010, cuja direção é de Hiromasa Yonebayashi, o mesmo de As Memórias de Marnie, de 2015. Você, quando criança, já imaginou encontrar pessoas pequenas, morando no jardim ou nas plantas da sua casa? Pois esse tipo de coisa já permeou o meu imaginário infantil, durante muitas brincadeiras. Foi, mais ou menos isso que aconteceu quando Sho encontrou Arriety. Mas será que essa animação, que hoje é uma das que se encontram disponíveis na Netflix (eu sei que era isso que você, provavelmente, estava se perguntando rs) é boa? Vem que eu te conto, sem spoilers! 

E lá vamos nós de Studio Ghibli de novo! Ooooobaaaa!!! É como naquele meme: “Nesta casa, eu e minha família serviremos ao Studio Ghibli” rs. Por enquanto, estou falando das animações que assisti há tempos, como é o caso de O Mundo dos Pequeninos, de 2010, cuja direção é de Hiromasa Yonebayashi, o mesmo de As Memórias de Marnie, de 2015. Você, quando criança, já imaginou encontrar pessoas pequenas, morando no jardim ou nas plantas da sua casa? Pois esse tipo de coisa já permeou o meu imaginário infantil, durante muitas brincadeiras. Foi, mais ou menos isso que aconteceu quando Sho encontrou Arriety. Mas será que essa animação, que hoje é uma das que se encontram disponíveis na Netflix (eu sei que era isso que você, provavelmente, estava se perguntando rs) é boa? Vem que eu te conto, sem spoilers!

Mas antes, vamos passar pela sinopse:

Arrietty e sua família são seres pequenos, moram sob uma casa antiga e sobrevivem roubando itens da casa dos humanos e colocando a culpa em gatos e ratos. Quando o jovem Sho se hospeda na casa, fica amigo de Arrietty, colocando o segredo em risco.

Como bem descreve a sinopse, O Mundo dos Pequeninos conta a história da pequena Arriety e de sua família, que moram na parte de baixo de uma casa, da qual eles coletam alimentos que não farão falta para os humanos (são pequenas quantidades, né) e, desta forma, conseguem sobreviver de forma que sejam invisíveis para os humanos. Devido à tal prática, eles se denominam coletores. Durante o filme, vão se desenvolvendo relações e situações que podem colocar em risco esse segredo tão antigo.

O que me cativou nessa animação foi essa questão do segredo prestes a se revelar ou ser revelado por alguém. Isso mexeu muito com a minha memória infantil, como mencionei no início dessa resenha. Isso porque essa coisa de ter algo misterioso, um esconderijo secreto, envolto à um jardim, me lembra muito a sensação de quando assisti, ainda criança, o filme O Jardim Secreto, de 1993 (se você ainda não assistiu, recomendo), que é um dos meus filmes preferidos e que “envelheceu” muito bem, o que quer dizer que hoje, adulta, assisti e a sensação é a mesma. E sim, o mesmo acontece com O Mundo dos Pequeninos, pois um adulto se sentiria fascinado pelo filme.

Na minha opinião, a animação possui poucos personagens e isso não é incômodo. Mas senti falta de alguns, cuja presença daria uma movimentada a mais no filme, o que falarei daqui a pouco. Mas, basicamente, Arriety e sua família Clock, composta por sua mãe, Homily e seu pai, Pod; Sho, que é um menino de saúde muito frágil e, devido a isto, recebe os cuidados de sua tia Sadako, pois a mãe do menino não tem tempo ábil para tal; dona Haru, que é a empregada rabugenta e também ajuda Sadako a cuidar do Sho. Há outros personagens, mas prefiro deixar para que vocês o conheçam quando você for assistir, a fim de que eu não estrague a sua experiência.

A arte dos filmes do Studio Ghibli é algo indiscutível, tamanha é a beleza e perfeição. E nesta animação não é diferente. Mas gostaria de pontuar algo ainda mais perfeito que é a forma como são apresentados os elementos grandes e pequenos. Já pela capa desse texto, você consegue perceber a “grandeza” e beleza que existe, quando esses dois mundos se juntam, da mesma forma que há beleza na ambientação que os coletores constroem. É de encantar qualquer um! Eu, particularmente, fico fascinada!

Assim como em outros filmes do Studio Ghibli que já resenhei aqui, torno a mostrar que a exaltação da figura feminina também está presente em O Mundo dos Pequeninos em muitas situações. A própria Arrietty é uma figura de força, determinação, de ser destemida e determinada. A mãe da menina, Homily, é protetora, zelosa com suas coisas, sempre preocupada com os perigos que rondam sua casa e família. A tia Sadako, que é uma tia, que mais parece avó, é uma doçura de pessoa e a dona Haru que é sempre desconfiada, estando sempre alerta e bem resmungona. Se você reparar bem, parece que as figuras femininas se sobrepõem às masculinas, mesmo quando há um personagem de grande importância como o Sho.

Só tiveram pequenas coisinhas que me incomodou em O Mundo dos Pequeninos: a apatia de Sho, que se dá independente dele ser um menino doente e , como disse brevemente, a ausência de alguns personagens, sendo estes apenas mencionados em conversas, mas que, caso aparecessem, poderia enriquecer o roteiro, como é o caso da mãe de Sho. Caso ela aparecesse em alguma cena, seria um algo a mais, assim como em As Memórias de Marnie foi necessário a aparição de seus pais, o que explicou muita coisa e não deixou a sensação de que algumas artes do roteiro ficaram vagas. Isso, inclusive fez com que o filme, por vezes, ficasse um pouco arrastado, o que eu senti também ao observar os meus alunos assistindo o filme, pois apesar de ter o elemento do mistério, como em Meu Amigo Totoro, não tinha aquela agitação presente em A Viagem de Chihiro. Mas cada um tem uma forma de ver as coisas e talvez você nem perceberá isso em sua experiência, visto que o filme é lindo e com uma mensagem igualmente bela.

O Mundo dos Pequeninos mexe com o imaginário de crianças e adultos e, por isso é uma ótima animação para assistir em família. Inclusive, família é um dos temas fortes dessa animação, que já tem uma década. A partilha é também algo importante para ensinar às crianças (e aos adultos também, né, pois nunca é tarde) acredito que os pequenos coletores cumpririam bem esta tarefa!