Há quase um ano, recebi uma indicação para assistir A Voz do Silêncio – Koe No Katachi. Não tenho 100% de certeza sobre qual era o assunto de onde veio a dita indicação, mas provavelmente era “animes que fazem chorar”. Em meio a tanta coisa na minha lista de “entretenimento a consumir”, a indicação ficou na gaveta… Entretanto, nada como um dia ocioso para por as coisas em dia, certo? Pois bem, assisti e cá estou para falar.
Mas primeiro, vamos ver a sinopse:
Um antigo valentão tenta fazer as pazes com uma garota surda que ele atormentava na escola. Ele acha que não merece o perdão, mas vai tentar fazer o que é certo.
Como pudemos ver, uma das questões do longa é o bullying que ocorre no meio escolar. Na primeira parte somos apresentados a Ishida, o tal valentão que persegue violentamente Shouko. Ao conhecer a rotina escolar dos protagonistas e demais colegas, foi praticamente impossível não sentir raiva de Ishida. A narrativa é forte e precisa em passar esse sentimento! No fim, me peguei pensando que apesar do Japão e Brasil serem tão distintos culturalmente, temos tais bizarrices em comum…
Apesar do tema, a animação não foca na vítima, mas sim no agressor. A segunda parte do filme é focada nas consequências que os atos de Ishida causaram a si próprio. Nesse momento que o filme brilha, pois traz questões pertinentes sobre amadurecimento. Contudo, a jornada de Ishida por redenção acaba desvelando que ele não é o único que busca perdão.
Outro grande ponto do longa, é que o mesmo trata de temas densos como depressão e suicídio, de uma maneira bem responsável. Além da mensagem, os sentimentos que levam a esses temas são perfeitamente ilustrados com metáforas, sons e ambientações. Destaco como retrataram a forma de Ishida enxergar e ouvir os colegas: fantástico!
Sendo capaz de tirar lágrimas do telespectador, A Voz do Silêncio – Koe No Katachi traz uma mensagem fundamental sobre aprender a ouvir o próximo, por mais que a comunicação seja difícil. Talvez seja isso que nos falta para seguir em frente com menos arrependimentos. Talvez seja isso o necessário para que antes de pedirmos perdão, aprendamos a nos perdoar.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.