Jogamos: White Stories

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5
On 8 de novembro de 2019
Last modified:8 de novembro de 2019

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Jogos de cartas de tabuleiro são um ótimo e divertido passatempo. Eu, desde criança, queria ter, pelo menos, um jogo de tabuleiro f%#@, mas não exatamente com esse “linguajar”, é claro. Gostava muito dos jogos de trilhas, onde o jogador tinha que avançar ou voltar casas, dominó, mas também gostava de cartas. Confesso que, hoje, já não entendo mais nada de baralho, mas estes dois últimos são jogos dos quais tenho um certo saudosismo, já que faz parte das minhas lembranças favoritas com meu falecido pai.

Focando nas cartas, hoje eu falarei de um jogo composto apenas por elas, mas que se junta a algo muito interessante e que faço muito, durante as minhas conversas com o Joe, pois tenho a péssima mania de não esperar o que ele tem para falar e fico tentando fazer: adivinhações. Estou falando do White Stories, a versão “infantil” do Black Stories, sobre o qual já falamos aqui no Torrada, que, basicamente, é um jogo de várias perguntas e poucas respostas.

Mas antes, você precisa saber: o que são as White Stories?

As White Stories são de gelar a espinha e arrepiar a pele! Você encontrará assombrações, vampiros e fenômenos misteriosos. É preciso ter bravura e determinação, mas também uma excelente lógica, pois às vezes a situação pode ter uma explicação bem inofensiva …Em White Stories você deve desvendar o mistério por trás de 50 histórias horripilantes, com perguntas que só podem ser respondidas com ‘sim’, ‘não’ ou ‘irrelevante’. Explore todo seu potencial investigativo, chame os amigos e faça parte dessa aventura de dar arrepios. Esta é a versão infantil do aclamado Black Stories, um best seller que já botou medo em muito marmanjo. Está preparado?

É, a descrição do jogo diz que ele é “infantil”, mas isso não te impede de jogar e nem faz do jogo menos interessante. Ainda mais se você tiver filhos ou então for professor (a), como é o meu caso. White Stories é aquele jogo simples, divertido e, sim, educativo. Nos mesmos moldes do Black Stories, mas como o próprio nome já indica, na minha opinião, ele é “white”, não apenas pelo fato de seu conteúdo ser de histórias fantasmagóricas, mas por conter assuntos mais leves.

Um exemplo disso é que, quando eu comecei a usar o Black Stories na sala de aula, numa turma de quinto ano, eu tinha escolher qual história eu iria contar, lendo rapidamente a conclusão da história, para que eu pudesse ter certeza de que tal conteúdo pudesse ser mais adequado para a idade dos meus alunos e, consequentemente, não me trazer problemas futuros com seus responsáveis. Isso tomava muito tempo da brincadeira e, mesmo que meus alunos fossem pacientes, uma vez que eles gostam bastante do jogo, isso ia deixando a brincadeira cansativa, ao meu ver. Já com o White Stories, eu não preciso desse “tempo” para escolher, pois é um jogo totalmente de acordo com a faixa etária deles.

Quanto às regras, é bem aquilo que você lei na descrição: uma pessoa fica responsável por ser mestre, que é quem irá ler apenas a parte da frente da carta, onde há, inclusive, o título da história, junto de um pequeno desenho; os jogadores (que podem ser até 99, se não me engano) então tentam adivinhar, diante do questionamento feito pelo mestre, o que pode ter acontecido “no meio do caminho” para se chegar àquela situação que foi lida e, tal adivinhações, só podem ser feitas através de perguntas simples, mas bem formuladas, de maneira que o mestre só possa responder “SIM”, “NÃO” ou “IRRELEVANTE”.

E eu disse que esse pode ser um jogo educativo, né?! Pois é sim e eu vou te explicar. Durante o jogo, as crianças tendem a usar a tentativa de acertar a história toda, fazer um mini roteiro do que pode ter acontecido, porque eles têm muita vontade de acertar e ganhar o jogo. Com isso, eles produzem textos orais e, consequentemente, desenvolvem o processo criativo. Inclusive, antes mesmo disso acontecer, a própria ideia de formular perguntas específicas, diretas, já ajuda no desenvolvimento da linguagem. E outra: eles podem e devem produzir textos escritos também, o que ajuda, é claro, na ortografia, na organização de ideias para produzir um texto coerente e coeso. Peça para que eles anotem as pistas do que eles acharem interessantes, principalmente, quando a resposta do mestre for “SIM”. Uma outra dica, que pode ir além de uma simples lista detetivesca, é ler a parte da frente da carta e pedir que produzam um texto para ver quem mais se aproxima da real motivação do caso. Faça isso, e veja a mágica acontecer… Vááááários textões!

Quanto à qualidade do produto, eu acho muito boa, mas não deixo os alunos manusearem, nem mesmo quando tento ajudá-los a solucionar o caso, mostrando as imagens, pois eles podem amassar a carta. Se eu conseguisse slaves para as cartas, aí quem sabe a minha criança interior deixaria as outras crianças mexerem no brinquedo rs? Mas, enquanto eu não acho as capinhas do tamanho das cartas, eu uso a famosa frase da minha mãe: “Vê com os olhos!”. Uma coisa que eu acho que poderia melhorar, ainda mais na minha situação, tendo que transportar o jogo para o meu local de trabalho, seria reforçar a embalagem com um outra coisa… Em vez daquela caixinha, por que não vender as cartas numa latinha? Não sei também se isso pode danificar as cartas, com mofo, mas seria uma opção, pois tempo preservar as caixas dos jogos ao máximo, mas levando na bolsa, junto com outras coisas… Fica difícil de manter a caixinha intacta, mesmo que ela não seja de um material muito ruim, mas é papel, né?!

Se você quer desenvolver a criatividade, a escrita, a oralidade e ajudar os professores, porque a gente só tem quatro horas por dia com mais de vinte anjos sedentos por conhecimento, mas principalmente, passar momentos prazerosos com seus filhos, onde você pode aproveitar as melhores gargalhadas, tê-los bem perto, conversando, onde ambos se distanciem dos eletrônicos, com ou sem luz, White Stories é uma ótima dica! Digo isso, por experiência própria, de quem toda semana, ao chegar no trabalho, ouve a mesma pergunta:

— Tia, quando que a gente vai jogar o “Uaitch Istóris” de novo?!