Eu nunca fui boa de jogos de mesa. E acho que ainda não sou. Quando criança, assim como os quadrinhos, eu não tive muito contato com o lúdico. Nunca fomos devidamente apresentados. Tinha aversão quando alguém chegava sugerindo que jogássemos dama ou xadrez. Este últimos, apesar de sempre achá-lo bonito, me fazia revirar os olhos. Das tentativas em aprendê-lo, sempre era uma criança tentando me explicar daquele jeitinho, com aquela paciência e linguajar que todas crianças têm (ironia)… Em vão. Sentia mais raiva e achava que saber jogar dama ou xadrez era coisa de gente inteligente, o que as crianças que tentavam me ensinar, já haviam dito que eu não era.
O único jogo que me confortava era o dominó. Pelo menos esse eu sabia jogar. Meu falecido pai me ensinou. E jogávamos muito, principalmente quando faltava luz em casa. Era muito divertido. Me encontrei no dominó. Já joguei baralho também. Foi um tio meu que ensinou, mas, como não jogava com frequência, acabei esquecendo tudo.
Certa vez, ganhei um jogo de bruxinhas coloridas, feitas de um papel cartonado, que tinha um tabuleiro com uma trilha desenhada, onde o jogador só podia mover sua bruxinha de acordo com a rolagem do dado (role move). Eu simplesmente me apaixonei pelo jogo! Na minha cabeça, eu tinha um jogo de tabuleiro muito legal. Joguei muito com ele. Mas eu queria um dado que fosse “de verdade” e não de papel. Queria um tabuleiro mais firme e “bonequinhos” mais resistentes também. Nunca tive.
Basicamente (já que não dá para colocar todas as formas de jogar aqui), Dixit Odyssey funciona da seguinte forma: após preparar a partida (que é feita em turnos), um dos jogadores é o narrador, que pode ser o primeiro que tenha algo a dizer sobre uma de suas cartas. Ao fazer essa associação à carta, ele pode se expressar de formas diferentes (uma palavra ou muitas, sons, um ditado popular, trecho de música ou poema, o nome de um filme ou livro, etc.), sem mostrar a carta escolhida. Os outros jogadores escolherão, dentre as suas 6 cartas, alguma imagem que possa representar o que o narrador disse. Cada um entrega sua carta escolhida ao narrador, sem mostrá-la aos jogadores. Ele vai embaralhar a sua carta com as cartas escolhidas pelos jogadores e, finalmente, mostrá-las sobre os espaços enumerados na trilha. O próximo narrador será aquele que estiver à esquerda do primeiro narrador.
O objetivo é que os demais jogadores encontre a carta escolhida pelo narrador dentre as cartas reveladas. Para isso, cada um deverá votar, colocando o pino em um dos buraquinhos da cartela de votação, referente ao número da cartela: se a imagem estiver no espaço 2, o jogador marcará com o pino no espaço 2. Depois que todos fizerem suas apostas, o narrador mostrará qual foi a carta escolhida por ele. Os pontos são contados assim: se TODOS ou NENHUM jogador descobrir qual é a imagem, o narrador não ganha pontos e os outros ganham 2 pontos; nos outros casos, o narrador ganha 3 pontos e que acertou a carta escolhida também; cada jogador que teve um voto para sua carta, exceto o narrador, marcará 1 ponto (o máximo de pontos são 3). Movimenta-se o coelhinho na trilha, de acordo com os pontos ganhos. Ao fim do turno, caso não tenha mais cartas na pilha, embaralhe as descartadas e o novo narrador será aquele que está à esquerda do primeiro narrador. A partida termina quando um jogador chegar aos 30 pontos da trilha.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…