Para mim e a grande maioria dos leitores do Torrada, ele já estava bem popular quando viemos ao mundo… Talvez por isso, muitos dos que estão lendo agora nunca pensaram como foi a chegada do videogame no Brasil. Ah, você já tinha lido sobre? Eu também! Mas caras, vocês já viram esse documentário?
Dirigido por Marcus Garrett e nascido a partir de um financiamento coletivo, 1983 – O Ano dos Videogames no Brasil conta a história de como o videogame, enquanto nova forma de entretenimento, aportou no país oficialmente em 1983, mas igualmente traz informações sobre o antes e algo sobre o depois. O foco são, essencialmente, os aparelhos que antecederam os cartuchos, tais como os relógios com jogos da Casio, os portáteis Game & Watch e os PONGs/Telejogos, mas principalmente – e com destaque – a primeira geração nacional de videogames propriamente dita, isto é, a geração do Odyssey, do Atari 2600 e seus clones, do Intellivision e do SpliceVision (ColecoVision).
O documentário começa explicando como era o Brasil de 1983: inflação, reserva de mercado, etc… Dentro desse cenário, os primeiros videogames chegaram aqui através dos muambeiros e em seguida se popularizou devido a produção nacional dos consoles. Detalhe que essa produção era uma espécie de “pirataria legalizada” pela reserva de mercado. Olha, eu poderia até dar mais detalhes, mas aqui não rola spoilers. ☺
Para tratar da difusão dos games em terras tupiniquins, a produção acerta em cheio com inúmeras entrevistas com os profissionais que trabalhavam nas empresas responsáveis pela produção dos consoles e jogos, colecionadores, entusiastas, donos de locadoras e até com o cofundador da Atari! Além disso, há uma riqueza de contextualização com material jornalístico e publicitário da época, assim como entrevistas com alguns que os produziram.
Mas o mais maravilhoso para a pessoa que vos escreve foi o sentimento de nostalgia despertado! Como eu disse lá na introdução, eu nasci depois da chegada do videogame no Brasil, mas não foi tão distante assim. Minha infância foi um reflexo direto e meio que recente do “boom” retratado no documentário. Eu joguei muitos, mas muitos dos jogos citados! Foi muito legal relembrar certas tardes da minha infância e ver a origem de alguns nomes abrasileirados dos games (que uso até hoje).
É visível que
1983 – O Ano dos Videogames no Brasil é um documentário feito por quem é apaixonado por games, devido a qualidade e cuidado na produção e como foram levantados os fundos para que o projeto saísse do papel. Material único, super completo e indispensável para os apaixonados por videogames! Espero sinceramente que tenham mais produções assim (façam sobre a geração seguinte, por favor). E para você que ficou curioso, pode assisti-lo na integra clicando
aqui.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.