Primeiras Impressões: America

Há pouco tempo, a Marvel Comics resolveu apostar na diversidade. Heróis foram renovados, na verdade, repaginados, para que, ao meu ver, um novo público pudesse se identificar com esses personagens. Porém, essa novidade não agradou o grande público, a maior parte dos fãs e leitores de quadrinhos, o que, consequentemente, afetou as vendas.

Acredito que recusa dos feitores assíduos foi não só por essa inserção quanto à diversidade, mas pelo fato de os heróis clássicos terem se tornado título. A armadura do Iron Man hoje é usada por uma jovem negra, a Riri Williams, intitulada de Ironheart; o colant e a máscara do Spider-Man também pertencem a um jovem negro, o Miles Morales; a pessoa digna de empunhar o Mjolnir hoje, é Jane Foster. Desses que citei, não li nenhum ainda. Tenho curiosidade sobre a Riri, dizem que o Morales é muito bom, mas tenho medo da Jane, “a Thor”.

Dessa nova leva de super-heróis, resolvi ler um quadrinho que me chamou muito atenção: America. Miss America (existiu uma outra Miss América na década de 40), como também chamam a super-heroína America Chavez, numa primeira impressão que tive, me pareceu uma versão feminina do Capitão América, porém com novidades como, além do fato de ser mulher, ser jovem, latina e lésbica. Mas não tem nada a ver com o Cap e acho que tive essa impressão por ela sempre vestir-se com roupas e acessórios que remetem à bandeira dos Estados Unidos da América. Não li todos os quadrinhos, apenas os seis primeiros.
Principais capas dos seis quadrinhos que li.
Também tem capas alternativas muito lindas. Difícil escolher!
A história de America é a seguinte: Ela nasceu e foi criada por suas duas mães, no Paralelo Utópico, uma outra dimensão criada pelo Demiurgo, conhecido como Wiccano, filho da Feiticeira Escarlate, Wanda Maximoff. Durante seu crescimento, ela foi adquirindo poderes da dimensão à qual vivia, dando-lhe muitas habilidades. Suas mães, que também eram heroínas, se sacrificaram para salvar todo o Multiverso. Sendo ainda uma criança e assustada com a situação (acho que ficou sozinha no lugar, mas no quadrinho parece que que ela não lembra muita coisa, pois era muito pequena), ela deixa a dimensão na qual vive e viaja por vários universos, até encontrar um que a acolhesse, no qual as pessoas que lá viviam, “tinham os traços (latinos) parecidos com os seus”, segundo ela. Fez parte de alguns grupos de heróis, mas neste quadrinho que li, ela está na Terra 616 e faz parte dos Supremos, junto com Espectra, Capitã Marvel, Pantera Negra e Marvel Azul.
Quando comecei a ler o quadrinho, já gostei, porque iniciou numa batalha, que só tinham as mulheres do grupo, bem girl power meRmo. Logo já aparecem suas relações externas: uma namorada, a Lisa; sua melhor amiga, Kate Bishop, a Gaviã Arqueira; novas amizades na universidade. Até aí, eu achei bem legal, mas depois senti que o quadrinho desandou um pouco, porque me senti confusa. América, além da super-força, pode criar portais interdimensionais (em formato de estrela… ¡Wepa! Quanto patriotismo!), ou seja, ela pode fazer viagens pelo Multiverso, através de seu super-soco, o que me deu uma certa “preguiça” de prosseguir com a leitura.

A parte legal dessas viagens interdimensionais, era o fato da personagem ter amizades e conflitos em muitos lugares, tornando-a conhecida e amada por muitos. Há muitos encontros legais com outros personagens durante o quadrinho, pelo menos até a sexta edição, a qual eu li, o que é legal também e dá pra “levar” a leitura.

Não dei continuidade à leitura e, é claro, a história ainda não acabou. Portanto, preferi deixar como primeiras impressões, até por que não sei se terei vontade de continuar. Quem sabe, mais pra frente?! Apesar de que, há um boato de que esta seja a primeira e última história solo de America. O quadrinho não é de todo ruim. Ah! Gostei de algumas artes, que varia entre dois ou três desenhistas, mas não fui muito fã do desenho das três primeiras edições. Acredito que se dessem mais ênfase à batalhas e à relação amorosa dela, seria bem legal. Talvez tenham feito isso nas outras edições e, até entendo que a personagem tem questões de sua origem para descobrir ou saudades das mães, mas senti falta de algo que não sei o quê e, realmente, esperava mais do quadrinho. Recomendo que você leia America, pois como é algo bem atual, pode ser que goste. Após a leitura, concordando ou não comigo, seria legal você vir aqui no site e dar a sua opinião. Quem sabe tu me faça mudar de ideia, chico?!