Primeiras Impressões: A Beleza

Diversificar o estilo de leitura é sempre muito importante. Acredito de o ato de ler e a escolha que é feita, dependem muito do seu gosto no momento, o que você tá a fim naquele dia ou naquela semana. Às vezes, minha semana tá meio corrida ou então, me sinto um pouco cansada mentalmente (e por que não, fisicamente) e, por conta disso, acabo escolhendo leituras com histórias mais leves ou mais rápidas. Também tem aqueles dias em que você quer “se desligar do mundo” com uma leitura mais intrigante, misterioso, com um toque de suspense, que dê um pouco mais de emoção no dia ou na semana.

Recentemente, comecei a ler quadrinhos pelo tablet, devido uma recente frustração “quadrinesca”, pois me empolguei horrores com um quadrinho (do qual pretendo falar por aqui um dia) e ele me decepcionou. Então decidi ler e conhecer uma HQ primeiro pra depois decidir se vale a pena comprá-la ou não. Conheci pessoas que faziam isso, mas eu ainda relutava e mantinha aquele “saudosismo inexistente” (se é que eu posso chamar assim quando se sente saudades de algo que nunca viveu) de ter o quadrinho/ livro em mãos, aquele cheirinho de material novo, EXTREMAMENTE sedutor!

Conversando com uma dessas pessoas que também gosta muito de quadrinhos, ela se mostrou muito interessada em ler uma HQ chamada A Beleza. Me passou o quadrinho com a sinopse da história e acabei me interessando também. Como me bateu aquela semana de trabalho extremamente estressante, resolvi pegar essa HQ pra ler no tablet e… Eu fiquei VICIADA!

A Beleza (The Beauty) é um quadrinho da Image Comics, criado por Jason A. Hurley e Jeremy Haun, que não foi lançado por aqui, mas foi traduzido por fãs. Por enquanto, li apenas os volumes do 1 ao 9. Mas se olharmos no site da editora, o quadrinho já está no volume 16 e o próximo será lançado no início de novembro.

A história é a seguinte: Uma nova doença sexualmente transmissível é disseminada em todo mundo, mas com o diferencial de que todos querem ser contaminados por ela. O motivo? A DST conhecida como A Beleza deixa qualquer pessoa com características mais belas (de acordo com os padrões de beleza já impostos). Porém, descobriu-se que a “plástica do prazer” não era o único sintoma, após uma pessoa contaminada morrer de uma “combustão espontânea”. A partir daí, deu-se início às investigações, feitas pelos detetives Vaughn, que é portadora da DST e Foster, que a princípio, suspeitam de terroristas que são contra o ato de se infectar propositalmente.

Vou logo avisando (apesar de achar que não seja necessário): A Beleza é leiturinha +18! Tem muuuuuita nudez, palavrões, retalhação de corpos e tals. Tudo isso faz-se necessário, num quadrinho que é uma crítica feroz à ditadura da beleza à todo custo, ao glamour e à luxúria de ser belo. É um quadrinho bem reflexivo sobre a questão de aceitação, de identidade, pois a pessoa é “apontada” como infectada tem as feições modificadas e padronizadas, ou seja, ficam com características semelhantes a dos demais infectados, como o rosto afilado, cabelos lisos e brilhantes, bocão, peitão, bundão, fortão, entre outras partes bem no padrão de beleza meeeeRmo (se é que você me entende).

As seis primeiras HQ’s mostram a busca de Foster e Vaughn aos possíveis terroristas anti-beleza, logo após a morte de uma pessoa portadora d’A Beleza e da descoberta da influencia de uma indústria farmacêutica na disseminação da DST com um determinado propósito.

Já as três últimas que li, já pertencem a um outro arco, voltados para outros dois personagens. Timo, que pertence à uma organização criminosa e que num ato de loucura, acaba se infectando propositalmente para mudar de identidade e Ezerae, uma mulher transgênero que perdeu sua mãe e foi acolhida pelo Sr. Parks, que após ver seu potencial ao se livrar sozinha de três caras que a importunavam, é contratada por Parks para fazer alguns servicinhos.

Estou obcecada por A Beleza!!! Tô super ansiosa para ler os outros volumes. A trama é espetacular e prende o leitor, num misto de suspense, ação e ficção científica. A obsessão pela beleza é bem retratada com desenhos maravilhosos, com muitas cores e “belos corpos esculturais”. Portanto, é uma leitura muito prazerosa (( ͡° ͜ʖ ͡°) sem ser esse prazer aê, ô…), que vale muito a pena pra quem gosta de ser surpreendido a todo momento. Vale lembrar que esse é um artigo sobre minhas primeiras impressões sobre A Beleza e, por isso, posso voltar aqui pra falar um pouco mais sobre o segundo arco, que espero conseguir ler logo, logo!