Lemos: X-Men – Equipe Vermelha

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5
On 16 de agosto de 2019
Last modified:16 de agosto de 2019

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Costumam dizer por aí que “tudo o que é bom, dura pouco”. Não dá pra generalizar, mas tem coisas boas que duram pouco mesmo, infelizmente. E uma dessas coisas foi X-Men – Red, de Tom Taylor, quadrinho traduzido aqui como X-Men – Equipe Vermelha. Pois é, um dos poucos quadrinhos que eu vinha acompanhando com muito gosto e identificação, chegou ao fim, em sua edição de número 11. Agora, aqui estou para falar um pouco da minha experiência ao ler essa história, mas é claro que a farei sem spoilers.

Vamos então relembrar um pouco dessa história, até porque fiz as primeiras impressões dessa HQ há mais de um ano rs:

Renascida em um mundo bem diferente do que se lembrava, Jean Grey reúne aliados que incluem Noturno, Namor e a Novíssima Wolverine para combater um crescente movimento antimutante que ameaça acabar com o sonho de Xavier. Jean tem uma visão e um plano – mas primeiro, sua Equipe Vermelha precisa se infiltrar em um complexo ultrassecreto para salvar uma nova mutante misteriosa.

Você vai perceber que quando fiz as primeiras impressões dessa HQ, a sinopse era diferente. Pois bem, a sinopse bem maior acima foi retirada do site da Panini, pois a mesma está finalmente publicando X-Men – Equipe Vermelha no Brasil, o que é muito bom pois já adianto a vocês que é um quadrinho excelente! Lembro que comentei nesse texto das primeiras impressões, que eu não gostava muito de acompanhar os lançamentos mensais, por uma questão de ansiedade e de já estar acostumada a pegar uma graphic novel pra ler. Mas, como eu também já havia dito, e reforço, gostei muito de ler X-Men – Equipe Vermelha desse jeito.

Bem, indo ao que interessa, X-Men – Equipe Vermelha é, em resumo, os X-Men em sua essência e isso é maravilhoso! Ao ler essa HQ, é nítido o esforço de Jean Grey para que o sonho de Charles Xavier seja realizado, de que humanos e mutantes convivam harmoniosamente. Porém, Cassandra Nova é a vilã disposta a distorcer toda a intenção de Jean, através de fake news e de sentinitas, um vírus com nano-sentinelas que infecta as pessoas, diretamente no cérebro, depositando nelas sentimentos de ódio e medo dos mutantes. Portanto, cabe a Jean e a sua equipe de mutantes (a Wolverine, a Gabby, a Trinária, o Gentil, o Noturno, a Tempestade e o Gambit) impedir que Cassandra continue promovendo tal discurso de ódio aos mutantes.

Por falar nisso, esse foi, na minha humilde opinião, o maior acerto do Tom Taylor: usar a opinião pública das redes sociais como chave para abrir portas de discussões sobre diversos temas atuais. Quer que eu cite um crucial?! As fake news. Rapá, e não é que isso funcionou e caiu como uma luva para as situações que os mutantes sempre passaram?! O preconceito, que é algo desde sempre abordado no universo dos X-Men, seja nas HQs, nos filmes, ou ainda, no próprio desenho animado que assistíamos na TV, se fez presente na forma do discurso supremacista, com a injeção de práticas que manipularam a população, a “famosa” fake news do “zapzap”.

Tom fez referências à situações reais, além das fake news em redes sociais como: as manifestações supremacistas que ocorreram nos EUA, que mataram e feriram pessoas; há também, lógico, envolvimento do governo em tal manipulação da sociedade para com os mutantes; o local onde aconteceu o primeiro “contágio” do vírus sentinita foi a Polônia, que em 2018 sancionou uma lei que protege a Polônia de acusações de conivência com crimes nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, podendo punir os cidadão que fizerem tal acusação em até três anos de prisão. Meu irmão, Tom Taylor é o cara!

Isso fez com que X-Men – Equipe Vermelha fosse uma HQ não tão fantasiosa, mexendo com a realidade de vários países que têm seus governantes como manchetes, por seus discursos preconceituosos, autoritários e mentirosos num nível mais elevado do que já víamos. E tal ligação com atual situação política que é veiculada e compartilhada a nível mundial, aproximou mais ainda os leitores, principalmente, aqueles que, além de interpretar a história, absorvem o que os X-Men sempre desejaram da sociedade: a empatia. Essa é a palavra que define a ideia, não só desse quadrinho, mas a ideia da criação desses personagens que, ao meu ver, sempre foram uma analogia ao que os negros, a comunidade LGBT, pessoas com algum tipo de deficiência, que sofrem com a intolerância, com a falta de inclusão, com o preconceito. Prova disso, é que a terceira edição dessa HQ teve que ser reimpressa no EUA, porque esgotou, surpreendendo o próprio Tom Taylor.

A arte dessa HQ é por conta de Mahmud Asrar que, com traços bem grossos e bem definidos, trouxe um tom de alguns quadrinhos antigos, onde não se dá tanta importância aos detalhes dos componentes do fundo, mas que, mesmo assim eles estão lá. Isso pode incomodar algumas pessoas, mas não me incomodou nem um pouco, visto que esse quadrinho tem cenas memoráveis, dignas de papéis de parede para celular. Mas também gostaria de destacar as belíssimas capas feitas por Travis Charest, mas principalmente, as de Rogê Antônio, que são as minhas preferidas!

X-Men – Equipe Vermelha é um quadrinho maravilhoso e um super acerto de Tom Taylor Tom King, Tom Taylor… Só amores por esses “Tons”! São 11 números de muitas cenas memoráveis de ação e resistência. Na minha opinião, é um quadrinho super marcante. Vale muitíssimo a leitura! E, que tenhamos mais empatia!