Lemos: The Wicked + The Divine

“—Um.   

  —Dois. 

  —Três! 

  —Quatro. KLLK (onomatopeia de estalar de dedos) 

  —Uma vez mais, nós retornamos.”

Nunca li algo parecido. Sério. Estou impactada com essa história em quadrinhos. Comecei a ler mais pela beleza da capa. Uma arte linda, com cores vibrantes (apesar de ter muito rosa…) Outro motivo de ter começado a ler, foi pelo(s) selo(s): Image (estrangeiro) e Geektopia (nacional). Toda simbologia que há nas primeiras páginas de The Wicked + The Divine me seduziram e me acorrentaram à ela. Não consegui mais sair, ou melhor, parar de ler.

No site da Novo Século, editora à qual pertence o selo Geektopia, há uma descrição do quadrinho, cujo trecho é o seguinte:

“Século XXI. Deuses caminham entre nós e se assemelham a ícones pop do nosso tempo. Assim se constrói The Wicked + The Divine, uma fascinante alegoria para os jovens de hoje sobre a glória efêmera erigida como valor supremo na sociedade moderna.”

Os deuses reencarnam em pessoas jovens, a cada 90 anos. Quando esse ciclo termina, outra geração de deuses retorna para lutar contra as forças das trevas. Quando reencarnam em jovens, estes tornam-se pop stars que são amados (e odiados) por uma legião de fãs. Porém, essa aventura, esse “sonho”, dura apenas dois anos, pois estão condenados à morte. Seus “cultos” (alguns sexuais) acontecem como um show mesmo, um grande evento.

Nesse primeiro arco, composto por onze capítulos, Laura é uma fã que acaba se aproximando de um dos deuses, Lúcifer (que é linda e beeeem sedutora), após um ocorrido que a pôs numa situação complicada. Laura tenta ajudar Lúcifer e, como consequência disso, no decorrer da trama, ela acaba conhecendo os outros deuses que compõem o Panteão. Ela conhece também a jornalista Cassandra, com quem divide uma investigação do verdadeiro culpado do ocorrido no qual Lúcifer se meteu.

Em cada pedaço da HQ, você vai conhecendo um pouco de cada um dos deuses, que são uma referência a cantores atuais: Lúcifer lembra muito David Bowie ou Madonna; Amaterasu lembra a Florence Welch; Sakhmet parece a Rihanna; Inanna lembra o Prince e por aí vai. Só não sei com quem o Bafomé se parece, porque ele é lindão (Roqueiro e muuuuito gato?! Jared Letto, talvez…)!
O início do quadrinho é muito atraente, mas, quando chega no meio, ao meu ver, deu uma enroladinha, ficou um pouco confuso. Talvez seja pelo tom meio psicodélico em algumas partes, porque, como eu já disse, cada deus tem a sua forma de se apresentar ao público. Mas, quando a história vai finalizando, tudo vai clareando e aí fiquei com muito mais vontade de ler. E olha… Que “final” SURPREENDENTE!!! Confesso que fiquei cho-ca-da! Quero muito saber o que acontecerá com determinados personagens, motivações às quais levaram as atitudes de determinados deuses…
Coloquei a palavra “final” assim, entre aspas, porque essa é apenas a primeira edição, lançada pela Geektopia. A segunda edição The Wicked + The Divine: Fandemônio já foi publicada pela editora e, em breve, farei um artigo de opinião sobre essa também (que estou super ansiosa para ler)!
Se você quer ler um quadrinho com uma temática bem diferente de tudo que você já viu, daquelas que te surpreendem (e muito) em, praticamente, cada página, leia The Wicked + The Divine. É um quadrinho lindíssimo, gostoso de ler, mesmo em sua “complexidade mística” (sempre tem algo que não compreendemos, né). E tem outra coisa: um quadrinho que recebeu indicações ao Eisner Awards (2015) e venceu o British Comic Awards (2014) na categoria “Melhor História em Quadrinhos”, dificilmente será ruim, né nón?! “Faça parte” do Panteão e nos encontraremos de novo na próxima edição de The Wicked + The Divine.