Lemos: Chico Bento – Arvorada

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5
On 9 de setembro de 2019
Last modified:9 de setembro de 2019

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Gibis da Turma da Mônica sempre fizeram parte da nossa infância. A menina braba, de vestidinho vermelho, dentuça igual a quem vos escreve e carregando um coelhinho fofo, juntamente com seus amigos, está marcada eternamente em nossas vidas. E acredito que, mesmo que você não leia mais os gibis, a Maurício de Souza Produções (MSP) vem nos presenteando com suas graphic novels, abordando temas que ainda aquecem nossos corações, porém com os mesmos personagens.

A minha primeira e, até então, única graphic novel da MSP era Jeremias – Pele, cuja resenha se encontra neste belo site. Depois de tanto ler coisas maravilhosas a respeito dela, comprei. E com Chico Bento – Arvorada, não foi diferente. As pessoas falaram dessa novel com um carinho, de uma forma tão ispeciar, que tive que ir “buscá-la” na banca, a caminho de casa. E é dela que vou falar pra vocês agora.

Mas antes, vamos por os zóio na sinopse um cadinho:

Em Arvorada, Chico Bento, o caipira mais famoso dos quadrinhos, leva uma daquelas lições que a vida de vez em quando dá em todos nós. Porque nem tudo pode ser deixado pra depois… Numa reinterpretação belíssima do clássico personagem Mauricio de Sousa, o premiado cartunista Orlandeli cria uma história tocante, com visual magnífico e momentos de amor, dor, humor, mistério e, especialmente, aprendizado.

Essa história é um ensinamento. Não só quanto às lembranças da infância, mas também à valorização das coisas simples da vida. Reacende a valorização do tempo e foi, justamente, aí que ela me pegou. De vez em quando, pessoas e/ou situações me fazem dar uma parada e refletir sobre minhas ações ou a falta delas. Eu vejo o tempo passar, mas, ao mesmo tempo, eu não vejo o que se passou naquele temp– difícil de entender, né?! Bom, o que me faz perder o tempo, são as redes sociais (principalmente aquela destinada à postar fotos, onde tem uma lupa) e, quando estou “ali” (porque parece que estou noutro universo), eu perco, completamente, a noção de tempo e de espaço também.

Chico Bento – Arvorada toca, exatamente, na questão de aproveitar as coisas simples que a vida nos proporciona e não damos o devido valor ou, quando o fazemos, pode vir a ser tarde. “Jogar conversa fora”, saborear, calmamente, uma comida e elogiar quem a preparou, receber e dar abraços ou beijos, sem motivo, ou até mesmo, admirar a beleza solar de um ipê. E tudo isso ensinado, majestosamente, pela Vó Dita, a vó do Chico.

Orlandeli foi extremamente perfeito em tudo. Sua arte é um casamento mágico com o enredo. Existem cenas que vão se completando num quadro seguinte (amo esse recurso) e desenhos que, falavam por si só, seja num movimento de coisas ou num olhar. Li para meus alunos, antes de escrever essa resenha e eles ficaram fascinados.

Partilho agora, com vocês, um pouco desse meu fascínio e da grandeza nas coisas simpres, na isperança de que você leia essa graphic novel. Vai sê bão dimais!