A década de noventa não é lá muito saudosa para os especialistas de quadrinhos… Mas não vou entrar nesse mérito, afinal, como esses quadrinhos são meus contemporâneos, eu li e aproveitei muito. Principalmente pelo fato de eu gostar do Teioso e quem viveu essa época sabe o peso da palavra simbionte, certo? Eles estavam presentes em brinquedos, na série animada e jogos. Hoje vou entrar em um clima de nostalgia e falar sobre a saga Carnificina Total que foi adaptada para o Super Nintendo e Mega Drive. Será que a adaptação ficou fiel?
Depois de ser derrotado pelo Homem-Aranha e Venom, Cletus Kasady (Carnificina) é preso em um manicômio. Certo dia, ele estava sendo transportado e começou a ameaçar os seguranças e médicos dizendo que ele tinha um grande mal interior. Ninguém o levou muito a sério, pois acreditavam que ele não tinha mais o simbionte, porém, o mesmo tinha feito uma autocópia e entrado na corrente sanguínea de Kasady durante o confronto contra Aranha e Venom. Aí Carnificina chega com tudo e matando geral! Uma psicopata chamada Shriek que estava em uma das celas, ouve os gritos de sofrimento, acha tudo maravilhoso e convence Carnificina a sair pela cidade provocando o caos. Pra piorar ainda recrutam outros doidos pela cidade, formando uma “família”. Como a situação de Parker e Brock não fica muito favorável, eles se juntam a outros heróis para dar um fim à chacina.
Meu primeiro contato com a história foi com o jogo do SNES, mas na época eu não sabia inglês e tampouco tinha lido o quadrinho. O meu objetivo ao pegar aquele cartucho vermelho bonitão na locadora era somente um: sair pelas ruas com o Aranha/Venom batendo nos malfeitores. O jogo chamava a atenção por mostrar as histórias de transições como se fosse uma HQ, a jogabilidade era ótima, arte e trilha sonora impecáveis e um bom nível de dificuldade.
Um cartucho desses, cara! ❤ |
Já o quadrinho, fui ler pouco tempo depois e gostei da história, apesar de achar tudo muito doido. O que é justificável, afinal, é Carnificina que comanda toda a trama! Muita matança gratuita e nossos heróis levando surras e mais surras com um gigantesco sentimento de impotência. Falando em sentimentos, destaque para os de Peter que em meio ao caos na cidade e na sua vida pessoal, começa a questionar suas convicções após presenciar situações onde Venom fala de forma muito convincente.
Para escrever este artigo, reli o quadrinho em um dia e “rezerei” o jogo no dia seguinte. Então posso afirmar que a adaptação para o jogo foi muito fiel, mesmo o game sendo mais corrido (o que é compreensível, afinal o quadrinho tem quatorze partes). Inúmeras cenas do quadrinho foram colocadas nas histórias de transição do jogo, podemos utilizar os outros heróis presentes na trama como ajuda especial durante as batalhas e o mais legal de tudo: às vezes o jogo parece expandir mais detalhadamente as situações que foram muito breves na HQ, como a visita ao prédio do Quarteto Fantástico, por exemplo. O fato de jogar algumas fases me deu essa sensação de expansão detalhada da trama.
Quadrinho x Jogo |
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.