Uma Noite em Miami é um filme dirigido pela grande Regina King, lançado em 2020, mas que chegou ao Brasil em 2021, através do streaming Prime Video, da Amazon. Nele, nos é apresentada uma breve parte, porém não menos importante, da história da amizade entre quatro grandes homens: o ativista dos direitos humanos, Malcolm X (1925-1965); o pugilista, Muhammad Ali (1942-2016); o cantor e compositor, Sam Cooke (1931-1964) e o jogador de futebol americano e ator, Jim Brown. O filme estava há algum tempo no meu celular, de onde resolvi assistir recentemente e aqui estou para falar sobre. Siga-me!
Mas, antes da luta, a sinopse:
Uma noite em Miami é o relato fictício de uma noite incrível onde os ícones Muhammad Ali, Malcolm X, Sam Cooke e Jim Brown se reúnem e discutem seus papéis na luta pelos direitos civis e na revolução cultural dos anos 1960.
O filme tem um começo brilhante, ao evidenciar os motivos pelos quais X, Ali, Cooke e Brown se juntaram na luta pelos direitos civis da população negra dos Estados Unidos. Em quatro momentos, cada um dos personagens passam por situações onde são evidentes os seus talentos e, com isso, justificados os seus momentos de ascensão, mas que esta não lhes atinge 100%, devido à segregação racial impregnada na sociedade, mas que é maquiada com uma fina e alva camada de “somos todos humanos”. A cena com Jim Brown, bateu forte, me deixando com bastante raiva.
Em boa parte do tempo, a trama em si se passa dentro deu um quarto de hotel, onde Malcolm X (Kingsley Ben-Adir) reuniu seus amigos Cassius Clay, que mais tarde viria a se chamar Muhammad Ali (Eli Goree), Jim Brown (Aldis Hodge) e Sam Cooke (Leslie Odom Jr.), com a intenção de convencer a ambos de usarem seus talentos, de alguma forma, em prol da luta pelos direitos civis da população negra americana. X acreditava que os amigos teriam condições de atrair mais pessoas para uma reflexão de seus modos de (sobre)vivências nos EUA.
Uma Noite em Miami provoca um misto de emoções no espectador que vai assistir ao filme mais do que com vontade, mas sim sabendo o porquê desse movimento. Descobri essa amizade num documentário da Netflix sobre o Sam Cooke , um artista maravilhoso que foi apagado (literalmente falando) pela grande indústria, cujos feitos têm ressurgido ultimamente e também são exibidos no longa, que tem (A Maravilhosa) Regina King como diretora (sim, a atriz/ protagonista da série Watchmen) e Kemp Powers, que é o roteirista da peça teatral de mesmo nome. O entrosamento dos personagens é muito potente e isso é evidente, graças às excelentes atuações de Kingsley Ben-Adir, Eli Goree, Aldis Hodge, Leslie Odom Jr., com destaque para este último, porque sou fã de Sam Cooke e ele foi absolutamente perfeito em tudo, inclusive na voz. Confesso que chorei junto com Ben-Adir.
A ambientação deste filme é genial: a maior (e melhor!) parte da trama acontece dentro de um quarto de hotel bem simples. Mas é claro que não se limita a este espaço. Mas se você pensa que isso o faz monótono, está enganado! Tudo é bem executado, de forma que o espectador até sinta a angústia que Malcolm X sentia em estar ali com os amigos e conseguir cumprir com o propósito da reunião com eles. São conversas e discursos potentes demais para serem ignorados.
Apesar de ser um relato fictício, Uma Noite em Miami consegue passar ao espectador a essência da amizade entre esses quatro grande homens que lutaram pelos direitos da população negra estadunidense, cujos talentos impactaram e ainda impactam a cultura, a música, o esporte, a política, dentro e fora do país. Mesmo tratando de uma possível situação ocorrida nos anos 60, o filme propõe questionamentos que estão longe de serem datados e que ainda necessitam do aprofundamento nos debates e pensamentos. Ambos deixaram um legado que tem sido evidenciado e que merece ser cada vez mais exaltado. Obrigada, Regina King e Kemp Powers!
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…