Assistimos: Um Estranho no Ninho


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5
On 19 de outubro de 2020
Last modified:19 de outubro de 2020

Summary:

Recentemente, Izabel começou assistir a série Ratched e como eu tenho um certo interesse em produções que tratam da psiquiatria, resolvi acompanhar junto. Logo na abertura é anunciado que a produção é baseada no romance Um Estranho no Ninho de Ken Kesey. Apesar de ser um clássico, eu nunca tinha assistido o longa baseado no livro. Resolvi corrigir essa "falha" e cá estou para falar sobre.

Recentemente, Izabel começou assistir a série Ratched e como eu tenho um certo interesse em produções que tratam da psiquiatria, resolvi acompanhar junto. Logo na abertura é anunciado que a produção é baseada no romance Um Estranho no Ninho de Ken Kesey. Apesar de ser um clássico, eu nunca tinha assistido o longa baseado no livro. Resolvi corrigir essa “falha” e cá estou para falar sobre.

Mas antes das pílulas, sinopse

Randle Patrick McMurphy, um prisioneiro, simula estar insano para não trabalhar e vai para uma instituição para doentes mentais. Lá estimula os internos a se revoltarem contra as rígidas normas impostas pela enfermeira-chefe Ratched, mas não tem ideia do preço que irá pagar por desafiar uma clínica “especializada”.

Não tem como falar desse filme sem citar as atuações e personagens, porque esse é, definitivamente, um filme de personagens. Achei fantástico como em um curto espaço de tempo e com tão pouco background, conseguiram os aprofundar tanto. As atuações são incríveis e com muita facilidade me fizeram ir do riso ao embargo na garganta.

Todo o destaque vai ao protagonismo de Jack Nicholson e o seu McMurphy. Com o seu jeitão “desajustado” aos padrões da instituição onde vai parar, ele age como se fosse o arauto da liberdade. Contudo, sua inconformidade e tentativa de modificar aquela realidade é um tanto perigosa aos olhos de quem detém o poder.

Nesse ponto, temos o outro destaque de atuação: Louise Fletcher com sua Enfermeira Ratched. Representado todo o poder e ordem, a enfermeira não tolera as atitudes de McMurphy e assim começa uma verdadeira rivalidade. Porém, é possível ver que sua maldade não é direcionada unicamente a ele. É pesado ver certos abusos psicológicos que a trama põe em cena.

Juntando tais aspectos, pode-se dizer que temos duas mensagens: uma mais superficial, que é a denúncia de como as instituições mentais podem ser cruéis com seus pacientes; e a segunda, que além de ser escrachada, me parece ser a principal, que é a questão da liberdade. Entretanto, não no sentido egoísta de ser livre, mas de modo coletivo.

Agregando às questões de liberdade e loucura, também temos atuações brilhantes de Danny DeVito, Christopher Lloyd, Brad Dourif e Sydney Lassick. Na pele dos pacientes, eles entregam momentos hilários e outros que são como um soco no estômago.

No fim, enquanto subia os créditos, eu fiquei com aquela sensação impactante que um bom filme nos traz. Um Estranho no Ninho parece nos convocar a questionar nossa rotina e comodismos que muitas vezes nos colocamos, a pensar no que é loucura e por que ser livre pode soar tão ofensivo. Enfim, é uma pena a série Ratched ter seguido caminhos tão diferentes, mas esse assunto tá por conta da Bel. No mais, se não assistiu o filme, assista; se assistiu, assista novamente.