A Pixar lançando filmes só me faz pensar em duas coisas: vou chorar e/ou vou ficar mexida, refletindo sobre a vida. E foi exatamente o que aconteceu quando assisti o trailer de Soul, a animação Disney/Pixar lançada em dezembro na plataforma de streaming Disney+. O fato de eu ter me emocionado em Viva: A Vida é uma Festa e Divertidamente por exemplo, me faz crer que não será diferente com os demais filmes. Assisti Soul e aqui estou para falar das minhas impressões e reações. Me segue!
Antes disso, vamos à sinopse:
Joe Gardner é um professor de música de ensino fundamental desanimado por não conseguir alcançar seu sonho de tocar no lendário clube de jazz The Blue Note, em Nova York. Quando um acidente o transporta para fora do seu corpo, fazendo com que ele exista em outra realidade na forma de sua alma, ele se vê forçado a embarcar em uma aventura ao lado da alma de uma criança que ainda está aprendendo sobre si, para aprender o que é necessário para retomar sua vida.
Se chorei ou se sorri?! Eu fiz os dois! Com um roteiro único e genial, Soul apresentou questionamentos importantes e pesados, ao meu ver, como o que faz você ser você, o que é viver e qual é a importância do seu viver. A gente começa a assistir a animação naquela tensão, pois já sabemos que o personagem morre e, mesmo que isso aconteça no início, a animação não permite que o espectador se sinta entediado.
Tratando de temas pós e pré-vida, a trama traz uma abordagem interessantíssima sobre como você chega ao mundo, se você chega pronto, com uma personalidade pré disposta, já direcionada e sobre quais são os prazeres de viver, como que se aprende a gostar de viver. Para isso, são apresentados dois personagens principais que são Joe Gardner e 22 (sim, é vinte e dois), cujo primeiro já passou pela experiência do que é viver e quer retornar, mas o segundo, que está para ser inserido no mundo há tempos, não vê sentido em viver.
A dupla protagoniza cenas engraçadas que, por vezes, exigem um conhecimento prévio, mostrando que esta é mais uma animação da Pixar que não é de um todo para o público infantil. Inclusive, posso afirmar que Soul será um filme tipo Divertidamente que “não funcionam” tanto com o público infantil, apesar de apresentar elementos que podem atrair crianças. Acredito que eu já tenha falado aqui sobre quando meus alunos pequenos não ficaram entretidos com Divertidamente (uma animação brilhante, na minha opinião), mesmo com aqueles bichinhos coloridos. Mas isso não anula que esta seja uma animação também para crianças e que estas a assistam, uma vez que Soul apresenta esse conceito de pós-vida e de alma, apoiada justamente nesses personagens coloridos.
Além das mensagens, Soul é uma animação composta por personagens majoritariamente negros, mostrando um estilo musical criado por negros. Apesar de eu não entender muito de jazz ou soul, por mais que tenha tido a intenção de fazer esse jogo com o fato de “soul” em inglês ser “alma” e ser o estilo que Joe gosta, a sonoridade das músicas me pareceu jazz… Mas é aquilo, como eu não entendo do gênero… Independente disso, a representatividade é apresentada de forma forte e bela nesta animação.
Com uma mensagem bela e reflexiva sobre o que faz você ser você, fazer suas escolhas na vida e ter prazer em vivê-la, Soul é mais uma animação da Disney/Pixar que dá àquela pancada no público adulto que assiste, com elementos atrativos para o público infantil, o que faz dela algo prazeroso e emocionante para toda família. Vale muito a pena!
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…