Solteiramente chegou na Netflix e, com um protagonismo negro, despertou a minha atenção. A comédia romântica sul-africana, que está entre os dez mais assistidos da plataforma de streaming, tem recebido comentários positivos e negativos. Diante disso, resolvi assistir para ter uma opinião além dos “adorei” e “não gostei” das redes sociais, que também faz parte da temática do longa. Então, me segue que eu te conto!
Mas vou postar a sinopse primeiro:
Uma especialista em redes sociais não consegue parar de pensar no ex. Ainda bem que ela pode contar com a melhor amiga para aprender a curtir a vida de solteira.
Solteiramente tem uma fotografia muito bonita. Gravado na Africa do Sul, o longa já começa mostrando a arquitetura local, assim como nos filmes hollywoodianos, só que muito mais linda e interessante. Sempre cheio de brilho e cores, o filme de Katleho e Rethabile Ramaphakela não se atém a tais recursos apenas na paisagem, mas também ao figurino das personagens, transmitindo a mensagem de que ambas são cheias de vida e alegria. Outro recurso muito legal usado nessa direção, são os que proporcionam certa imersão, quando a personagem faz uma live ou mexe nas redes sociais com a intenção de “stalkear” os ex-namorados.
Apesar de todos esses recursos muito sedutores, Solteiramente, infelizmente é um filme fraco. Falo infelizmente, porque eu esperava e muito dele. O roteiro de Lwazi Mvusi me incomodou em muitas questões. Antes disso, gostaria de dizer que entendi a mensagem que tentou-se passar de mulheres independentes financeiramente, emponderadas, que não necessariamente precisam de outra pessoa para serem felizes. E essa mensagem é um ponto extremamente positivo. Mas há outras coisas que me incomodaram e que me fizeram ter vontade de parar de assistir.
A protagonista Dineo (Fulu Mugovhani) não me conquistou e sim, pode ser que seja por falta de afinidade, mas a postura dela de imaturidade, birrenta, grudenta e mimada, me incomodou e me frustrou, pois eu não acreditava que iria fazer algo tão forçado, no estilo dos filmes americanos (lê-se mais do mesmo). Assisti apenas por teimosia, porque tentei acreditar que, uma hora tudo aquilo iria ter uma mudança. Lá pelo meio do filme, cuja duração é de 1h e 45 min, a trama em torno da amiga dela, a Noni (Tumi Morake) me interessou bastante, nas tentativas de fugir das investidas de Max (Yonda Thomas).
E, mesmo assim, eu segui incomodada com a esteriotipação da mulher e do homem negro como pessoas que estão sempre sedentas por sexo. Sem falar na imagem de malandro(a), como a história do Lunga (Bohang Moeko), deixando o personagem apagado e sem sal. Apesar de Dineo ter um cargo importante e grande no trabalho e ser independente, na maior parte do filme a personagem se mostra desleixada com a seriedade do trabalho, imatura, que não presa pela privacidade nesse meio, se expondo ao máximo nas redes sociais, sendo inclusive advertida por tal comportamento por uma colega branca… E, é claro, que não podia faltar o esteriótipo “barraqueira”…
Apesar de ter a intenção de passar a mensagem de emponderamento feminino e o comportamento de expor a vida inteira nas redes sociais, Solteiramente não me agradou por seu roteiro fraco e, por mais que eu tenha me esforçado para “não ligar” para essas questões, a esteriotipação da mulher negra me incomodou. A carência que conversa um pouco com a solidão da mulher negra, é recheada por “justificativas” que, nas entrelinhas, parecem deturpar a situação, como se nós assustássemos os homens, por termos “errado” em algum momento da relação. As pessoas são livres para serem quem elas quiserem ser e vi que pessoas se identificaram com a história da Dineo. Mas não pude deixar de pontuar essas coisas. Se você tiver persistência, assista. Do contrário, passe longe…
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…