Assistimos: Shazam

 

Já começo esse texto sendo sincera: ainda não li nenhum quadrinho do Shazam. Nem me lembro de ter lindo alguma HQ que tenho, cujo herói esteja nela, em algum momento da história. Mas sim, eu já o conhecia superficialmente. Apenas sabia que ele era uma criança que se transformava num herói adulto e fortão, só ao exclamar a palavra “SHAZAM!”. Portanto, não estava apta para perceber se houve ou não alguma referência gritante aos quadrinhos, durante o filme Shazam, lançado dia 5 de abril, com roteiro e direção de David Sandberg e produção de Peter Safran, o mesmo de Aquaman. Assisti o longa de coração aberto, livre de pensamentos negativos, pois eu ainda tenho esperança de melhoras no DCEU. Então, cá estou para contar, sem spoilers, a vocês o que achei desse filme pós-Aquaman (que foi muito bom).

Mas, vamos com calma que, antes de tudo, a gente precisa da sinopse do filme:

“Todos nós temos um super-herói dentro de nós, só precisamos de um pouco de mágica para fazê-lo vir à tona. No caso de Billy Batson (Asher Angel), ao gritar a palavra SHAZAM! esse esperto garoto órfão de 14 anos pode se transformar no herói Shazam (Zachary Levi), cortesia de um antigo mago. Ainda uma criança por dentro de um corpo musculoso, Shazam releva nessa versão adulta dele mesmo o que qualquer adolescente faria com superpoderes: se divertir! Ele pode voar? Ele tem visão de raio-x? Ele pode soltar raios das mãos? Ele pode fugir da prova de estudos sociais? Shazam sai para testar os limites de suas habilidades com o descuido divertido de uma criança. Mas ele precisará dominar esses poderes rapidamente para conseguir lutar contra as mortais forças malignas controladas pelo Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong).”

O roteiro de Shazam é bem dosado, sem exageros cômicos, como aparenta nos trailers (pelo menos eu tinha essa impressão/ medo de que seria algo forçado). É um humor simples e natural, pois parecem simplesmente acontecerem durante um diálogo, durante um silêncio ou com atitudes em lugares inusitados… Algo como “zoeiras” comuns na vida de pré-adolescentes, o que Zachary Levi soube fazer muito bem, sem ser forçado, sem ficar feio ou bobo demais, a ponto de estragar o filme (sim, podia acontecer e esse era o meu medo). Mas, o mais impressionante é que, além disso, ele soube fazer as mesmas expressões de surpreso, desesperado, confuso ou bobão (foi mal aê, aborrec– adolescentes) do ator que interpreta o Shazam quando garoto, o Asher Angel. Inclusive, gostaria de ressaltar aqui a escolha do elenco, que só tem atores muito bons, seja crianças ou adultos.

O humor dividiu espaço com um lado meio sombrio/ horror e também com uma carga dramática em Shazam. Foram momentos fortes com a intenção de justificar bem coisas como, a atitudes do vilão e a orfandade de Billy Batson. Achei forte, porque teve todo um enredo em torno do drama familiar e da exclusão social, onde todas as personalidades se encaixam perfeitamente nessa visão do que é, realmente, ter um lar, ter uma “família de verdade”, uma apresentação legal, até mesmo para as crianças que irão assistir esse filme.

A trilha sonora de Shazam é muito boa! Não é um filme que, entre uma cena ou outra, divide espaço com músicas pertinentes ao momento, mas destaco os clássicos “My Name Is”, do Eminem e “Don’t Stop Me Now”, do Queen. Ambas foram em momentos necessários e “casaram”, até mesmo, com os locais das cenas, dando todo um diferencial para as mesmas, sem ser forçado.

Shazam me surpreendeu com a fotografia! A representação dos Sete Pecados Capitais foi ótima, sombria, de dar medo mesmo. A frieza no olhar do vilão ao designar as tarefas iniciais (e que tarefas) às criaturas, foi de ficar pasmo e soltar um “COROOOLHO…”! A movimentação nos vôos dos personagens também foram bons. Sinceramente, não há algo para reclamar… A não ser…

… Pelo fato de ter enrolado, um cadinho, para que o vilão cumprisse algo maior com o que prometera em suas falas. Não sei se era pelo fato de estar lidando com uma criança, mas o filme ficou extenso, sem necessidade. Se é pelo fato de que a maioria dos filmes de heróis têm duas horas ou mais, isso é algo, completamente, desnecessário, mas…

… Não é algo que te impeça de ir assistir Shazam, um filme divertido, com momentos de tensão, cativante e com muitas referências legais ao Universo Estendido da DC. A DC tá acertando… Que continue assim!