Assistimos: Resident Evil – Vendetta

Resident Evil é aquela franquia de jogos que mora no meu coração, mas quando o assunto é adaptação sempre fico com os dois pés atrás… E temos motivos, certo? Convenhamos que em partes, porque não considero as animações tão ruins assim. Enfim… Demorei, mas assisti Resident Evil: Vendetta e vou dizer se mantenho essa minha opinião ou não.

Dessa vez a história se passa entre os eventos de RE6 e RE7, onde “um inimigo sem escrúpulos planeja uma vingança brutal e libera um vírus mortal. O capitão Chris Redfield, membro da organização que luta contra o bioterrorismo, terá que responder ao ataque”. Até aí nada de novo, correto? Sempre a mesma premissa do vilão megalomaníaco que quer infectar o mundo.

Mas o vilão está motivado pela vingança! A ideia é boa, mas faltou construir melhor a personagem e principalmente um motivo/cena mais bem elaborada para justificar ou nos fazer compreender os atos de Glenn Arias. O cara que inicialmente era tão “badass” no fim das contas parecia simplesmente um doido, mas bem, ele ainda foi melhor construído do que seus capangas que no tom do filme pareciam que só estavam ali para morrer e nada agregar.

Ainda bem que temos um time de heróis de peso, né? Errrrrrrmmm, em partes, meus amigos, em partes… Achei a escolha da Capcom muito sensata ao trazer Leon, Chris e Rebecca à trama, porém eles sofrem do mesmo mal que os vilões: a falta de construção. E com um acréscimo: a desconstrução!

Essa desconstrução ao meu ver acontece com o Leon, que no início andava numa vibe meio deprê na vida. Tentaram fazer com que ele fosse um cara marcado pelos acontecimentos traumáticos, mas só o fez parecer meio egoísta. Depois ele fica todo entrosadão na equipe, vira o badass da parada, até aí tudo bem, mas ele tava usando GameShark.

Eu até ia fazer mais apontamentos sobre o Chris e a Rebecca, mas aí o texto vai ser sobre personagens, então vai um resumo: Chris impulsivo e Rebecca melhor personagem do filme. Assista e veja se concorda comigo.

Já que mudamos o foco: Em alguns momentos a narrativa do filme lembra muito os primeiros jogos, o que eu achei o grande ponto positivo da trama. Mesmo acontecendo umas quebras no ritmo, o longa ainda se sustenta com qualidade no terror bem dosado e na ação que tem cenas de lutas tão absurdamente brucutus, que eu aplaudia (mesmo com o Leon usando GameShark).

Sobre alguns aspectos da produção: Ficou nítida a evolução da qualidade gráfica desta animação comparada às anteriores, gostei muito de ver os detalhes expressivos nas personagens. Só não vou elogiar tudo sobre a produção, porque eu senti muita falta de uma trilha sonora impactante para complementar as boas cenas que nos causam susto.

Resident Evil: Vendetta manteve a qualidade das adaptações animadas da franquia, mas ainda está longe do que muito de nós queremos ver com esse nome. Mesmo sendo só uma aparente tentativa de trazer os fãs old school de volta a franquia, é uma animação que cumpre a proposta dela, é tecnicamente bem feita e ainda traz um apanhado de fan services. Capcom, ficou bom, mas ainda aguardamos algo incrível com RE nas telinhas.