Cá entre nós, as adaptações cinematográficas de Resident Evil sempre foram, no mínimo, bem medianas. Eu até tinha um certo “carinho” pela antiga saga, porque eu passei a dizer a mim mesmo que aquilo era tudo, menos RE. Enfim, com a proposta de se aproximar mais do material original, chega até nós Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City. Será que o longa cumpre esse objetivo? Vem comigo, que eu vou falar sobre.
Mas antes de ir à Mansão Spencer, sinopse:
Antes, Racoon City era a sede de uma próspera empresa farmacêutica, a Corporação Umbrella. Depois que a empresa foi embora, a cidade se transformou num território praticamente fantasma e cheio de perigos.
Vou confessar a vocês que eu considero os três primeiros jogos da franquia obras primas. Principalmente o segundo, pois acho que é o melhor game que já tive a felicidade de jogar. Como este filme é uma amálgama dos dois primeiros títulos, é maravilhoso ver os cenários e algumas cenas fielmente reproduzidas. O longa se sustenta muito bem nas referências e easter eggs.
Contudo, a fidelidade para por aí, porque o filme falha em adaptar as histórias dos dois primeiros jogos. O roteiro faz um “remendo” dos eventos principais dos games e leva a narrativa a caminhos que são um pouco diferentes. O que, ao meu ver, não teria grandes problemas, desde que fosse feito com certa coerência.
Outra coisa que me incomodou bastante foi a descaracterização de alguns personagens. Nem falo pela aparência, mas sim pela personalidade mesmo. Me pareceu que, ao juntar as duas histórias, alguns destes ficaram, além de diferentes, avulsos na trama. Jill Valentine é um bom exemplo. Fora o Leon, que foi resumido a um alívio cômico com uma atuação bem fraca.
Na minha opinião, Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City falha na ação, no suspense, na comédia e, principalmente, na adaptação. Ou seja, quase tudo a que se propõe. Talvez seu único acerto seja entregar referências e easter eggs aos mais saudosistas. Se não fosse por isso, provavelmente seria um filme completamente esquecível para mim. Uma pena desperdiçar o reboot desta forma.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.