Meu marido notou que eu estava muito ansiosa por esse filme. Eu não sabia explicar. Era (ainda é) o tempo todo compartilhando coisas sobre a expectativa do filme (tipo, “Faltam 5 dias… Faltam 3 dias…”), falando sobre ele, comprando ingresso para assistir na estreia… Enfim, uma ansiedade danada. A ideia de representatividade mexeu muito comigo: mulher e negra. Ter um elenco onde a maioria dos atores são negros e, o principal, NÃO SÃO ESCRAVOS, MAS SIM HERÓI E GUERREIRAS, dá uma sensação ótima, apesar de “ótima” não ser a palavra que expressa bem. Na verdade, nem tem. Só quem sente na pele (literalmente falando) sabe.
Na estreia do filme, isso foi perceptível para mim. De início, pensei que fosse só impressão minha, mas depois de olhar mais atentamente ao redor, eu percebi uma coisa: o cinema estava diferente. Naquela sessão, eu vi muitos jovens, em sua maioria, negros. Entre os adultos, eu não vi percebi isso. Geralmente, em filmes de super-heróis, tem muita criança, mas nesse não. É é nessa hora que eu percebi a importância desse filme, porque eu acredito que é nessa fase da vida que nós passamos pelo período de aceitação ou, pelo menos, o início dela, já que cada pessoa tem o seu tempo. Digo isso, porque passei por ela. Pode parecer bobagem (como muitos têm “cuspido” pelas redes sociais), mas se você não é negro ou não se considera, meu amigo, você não sabe o que é e não tem sequer propriedade para duvidar ou diminuir a expressão dos sentimentos de ninguém.
Até a sessão, eu estava meio calada. Durante o filme, um suor frio tomou conta de mim. Eu queria que desse certo, que fosse um filme lindo, que as pessoas saíssem de lá impressionadas pelo fato de nunca ter imaginado ver um filme da Marvel daquele jeito. E foi assim que aconteceu. QUE RIQUEZA! Beleza, amor, cultura, força, compaixão, ancestralidade, perseverança, reflexão, espiritualidade… Tudo e muito mais, Pantera Negra transmite.
A sinopse do filme é a seguinte:
“Pantera Negra acompanha T’Challa que, após os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil, decide voltar para casa – a isolada e tecnologicamente avançada nação africana de Wakanda – e assumir sua função como Rei. Porém, quando um antigo inimigo reaparece, sua coragem é testada quando ele é levado para um conflito que coloca o destino de Wakanda e do mundo em risco.”
A fotografia desse filme é linda! Muitas cores fortes nos ambientes, a força da cor e do brilho da pele dos personagens, as pinturas nos rostos, as vestimentas, os cabelos, as referências aos acessórios próprios de cada aspecto da cultura do continente africano… É um filme rico! Wakanda não existe, ok, amigo(a), mas o pouquinho sobre a África que você estudou no seu livro de história na escola, está lá! O jogo de câmeras em mudanças de ambiente, de fase, de foco, com um movimento que compôs perfeitamente as cenas e era essencial. Confesso que com isso e mais o 3D, eu fiquei meio tonta, mas nada que me fizesse mal.
O enredo de Pantera Negra é maravilhoso. Deu pra explicar bem a história, dentro de duas horas e pouco de filme, sem deixar algo vago (pelo menos, não para mim). Uma maravilhosidade de elenco, com uma interpretação impecável, destaque para minha diva Danai “Michonne” Gurira, que foi a forte general Okoye, para Chadwick Boseman, que foi perfeito e era “O” próprio T’Challa e, não posso deixar de enaltecer, o tão comentado vilão Killmonger, interpretado por Michael “Creed” B. Jordan, considerado por muitos (e por mim), o melhor vilão da Marvel! Ultimamente, a segunda chance que é dada a um ex-Tocha Humana, tem valido a pena (pega essa referência aê)… Sem deixar de falar também das atuações de Lupita Nyong’o, Angela Bassett, Martin “Bilbo” Freeman, Forest Whitaker, Sterling K. Brown, Daniel “CORRA!” Kaluuya, Winston Duke, Letitia Wright e Andy “Cesar” Serkis.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…