Assistimos: Operação Overlord

Filme de terror com zumbis nazistas. Pode ser que o trailer e os pôsteres de Operação Overlord te entreguem que o filme é apenas isso. Mas sabe aquelas propagandas de venda de produtos na TV, em que o cara diz “… E NÃO É SÓ ISSOOO!”? Então, euzinha que não sou amante dos filmes de terror (mas até que tô gostando, mesmo ainda tampando a cara em algumas cenas pra não me assustar rs), venho por meio deste artigo de opinião para lhes (sem spoilers) dizer o que achei do filme produzido por J. J. Abrams, com direção de Julius Avery e roteiro de Billy Ray.

Mas antes, para nos situarmos, vamos de sinopse:

“Faltando poucas horas para o Dia D, uma equipe de paraquedistas americanos invade a França ocupada pelos nazistas para realizar uma missão que é crucial para o sucesso da invasão. Com a tarefa de destruir um transmissor de rádio sobre uma igreja fortificada, os soldados desesperados juntam forças com uma jovem francesa para penetrar nas muralhas e derrubar a torre. Mas, em um misterioso laboratório nazista sob a igreja, os menos privilegiados encontram-se frente a frente com inimigos diferentes de qualquer outro que o mundo já tenha visto. Do produtor J.J. Abrams, ‘Overlord’ é uma emocionante e assustadora aventura de ação com um toque especial.”

Com uma base na Segunda Guerra Mundial, Operação Overlord já começa com cenas pesadíssimas. Os soldados chegam invadem a França na intenção de derrubar uma torre. Mas a própria chegada em si, já tem o seu peso, mostrando todo o horror físico e psicológico de uma guerra. O medo é visível nos rostos de cada personagem, desde a primeira cena, a começar pelo personagem que, ao meu ver, é o principal, o soldado Boyce. Ele transparece o pavor real de sentir que o fim está próximo, durante toda a trama, fazendo com que, ao simplesmente olhar suas expressões faciais, o espectador sinta o mesmo medo que ele sente.

O filme tem zumbi. Aí, você deve estar pensando “P****, essa parada de zumbis já deu o que tinha que dar…” e eu digo que concordo, em partes. Acredito que há sempre uma chance para um componente de determinado gênero e que deve-se saber inovar. E em Operação Overlord eu não senti que isso foi uma mesmice. Por mais que já se soubesse que haveriam zumbis na trama, eu acho que a abordagem foi diferente, porque, ao meu ver, havia uma dupla, composta por mesclar fatos históricos (atos de tortura nazista) com algo fictício (zumbis). Estou tentando tomar muito cuidado aqui para não dar spoilers, mas quero dizer que o filme intercala a ficção com a história real, mas que, no fim das contas, houve uma sábia mesclagem entre as partes. Tem cenas violentas nuas e cruas de guerra, mas há o terror trash dos zumbis ali, tudo muito bem dosado.

Os efeitos de Operação Overlord são muito bons. A maquiagem dos zumbis é ótima, mas alguns efeitos de movimentos durante as transformações, eu achei meio… Estranho. Não se foi porque me causou muito nojo só de lembrar, já dá um embrulho no estômago, mas eu achei um excesso, quase uma mistura de filmes com alienígenas ou quaisquer outros monstros, que eu achei um cadinho feio (mas é claro que eu sei que não era pra ser bonito, ora rs).

Além de ser produzido por J.J. Abrams, que tem em seu currículo, produções de franquias de peso como Star Wars, Star Trek não confundam e Star Trek é melhor e Cloverfield (disseram inclusive que Operação Overlord era parte da franquia deste último, mas desistiram dessa ideia), o elenco também não fica pra trás! A atuação de Jovan Adepo como o soldado Boyce, foi excelente! Assim como Johan Philip Asbæk, mais conhecido como Pilou Asbæk (o Euron Greyjoy, de Game of Thrones e o meu lindão e perfeito, assim como no mangá Batou, de Ghost in the Shell), como o vilão Dr. Wafner, que foi bem medonho e nojento mesmo, em todos os aspectos. Mattilde Ollivier também foi ótima como Chloe, a jovem francesa que já mostrava a força e independência feminina para a época.


Antes de finalizar esse texto, eu queria dizer que foi beeeem difícil escolher um pôster definitivo para ilustrar este artigo, pois achei alguns bem criativos. Mas tem um, em especial que, só não coloquei como definitivo, porque era muito claro, mas ele é tão criativo, que gostaria de inseri-lo aqui no texto. Espia só:

As manchas de sangue desenham os
soldados paraquedistas saltando do avião.
Achei muito f***!

Operação Overlord me surpreendeu. Eu estava ansiosa para assisti-lo, mesmo achando que o filme poderia ser mais ou menos. O roteiro é bom, assim como os efeitos, e atuações impecáveis (incluindo a do ator mirim, cujo nome não descobri, que interpretou o garotinho francês, irmão da Chloe). O filme prende o espectador e surpreende, mesmo quando está parecendo que a história vai ficar morna, recuperando em poucos segundos a vontade de permanecer ali assistindo e querer saber quem vai sobreviver àquela operação e se a missão dada aos soldados será cumprida. Vale a pena assistir!