Filmes com bichinhos são tão fofos (exceto aqueles recentes de comédia, em que o bicho fala e a boca dele mexe…)! Geralmente, quando sabemos da estreia de um filme do tipo, logo imaginamos que vamos nos desmanchar em lágrimas, ou, na expressão subliminar, “suar pelos olhos”, principalmente, se for um filme de cachorro…
O filme do qual vou falar um pouco hoje, tem animal sim, só que é de um “tipo” beeem diferente do que a gente costuma ver por aí: um porco. [Ah, Bel! Não acredito que cê tá esquecendo de Baby – Um Porquinho Atrapalhado?] Não, eu não esqueci do filme do porquinho fofinho, reprisado em muitas tardes de nossa infância. Mas esse não é qualquer porco, ele é um “super porco”, ela é a Okja!
“Um imenso animal e a menina que o criou se veem no fogo cruzado entre o ativismo animal, a ganância empresarial e a ética.”
Tudo bem que a sinopse não diz muito (eita, Netflix) e nós do Torrada não damos spoilers, mas também não vamos te deixar só com essas informações, né?! Bem, Okja é uma espécie de “super porco” fêmea. Na verdade, ela é uma dos 26 super porcos que foram distribuídos entre fazendeiros de países distintos, a fim de os mesmos criarem esta nova espécie de porco por 10 anos (que seria tempo necessário para o completo desenvolvimento do animal). Ao final deste prazo, o fazendeiro irá participar de um concurso, em que será escolhido o melhor super porco (o maior, em melhor condições…). Durante esses 10 anos, Okja foi uma amiga para Mija (por intermédio de seu avô, um dos participantes do concurso), uma garota coreana que entra em desespero ao descobrir poderá perder sua melhor amiga e fará de tudo para lutar por Okja.
Quando assisti o trailer de Okja, logo senti vontade de assistir o filme por três motivos: era um filme com um bicho, tem a Tilda Swinton (ela é ótima) e a direção do Joon-Ho Bong, que também dirigiu Snowpierce (Expresso do Amanhã). O filme é muito fofo, apesar de já ter um início bem pesado com o discurso da Lucy Mirando (Tilda Swinton), que é a CEO da empresa que descobriu a nova espécie de porcos e organizou o concurso.
Quando a Okja apareceu no filme, já achei muito fofa e peguei uma referência logo de cara: uma menina na floresta com um bicho gigante… Totoro! Mija percorre a floresta junto com Okja, assim como Mei fazia com Tototo. E, ainda por cima, me aparece uma cena dessas:
E mais essa:
Eu, como fã de Meu Vizinho (ou “Amigo”) Totoro, simplesmente AMEI essa baita referência! Isso aconteceu porque, segundo a Tida Swinton, em algumas entrevistas, conta que ela e o diretor do filme amam o Totoro. Outra referência é que, no decorrer do filme, percebe-se que Lucy Mirando tem uma irmã gêmea (não considero isso um spoiler), assim como a Yubaba em A Viagem de Chihiro, tem uma irmã gêmea, a Zeniba, o que leva a crer que seja mais uma referência às obras de Hayao Miyazaki. E, se for pensar melhor: o biólogo (Jake Gyllenhaal) pode ser o “bebezão”(que depois vira o ratinho) da Yubaba; a secretária da Lucy Mirando pode ser o pássaro (que depois vira uma mosca) da Yubaba… Vish… Melhor parar por aqui com essa análise!
Pode ser que, no meio do filme, você fique um pouco entediado, como eu fiquei, com algumas situações que pareciam ser só para “encher linguiça”, com uma narrativa meio repetitiva num dado momento. O personagem do Jake Gyllenhaal é um biólogo e apresentador de TV super chato (eu eu acho que era pra ser mesmo) que dá uma cansaço, tipo àquela “forçação de barra” que os youtubers fazem de melhor, então, é por isso que o personagem é um “porre”!
Okja, apesar de ter uma temática aparentemente bonitinha, é um filme que chega com uma crítica e uma forma de reflexão pesada sobre o consumo de carne e alimentos geneticamente modificados, uma falta de bioética, pode-se dizer assim. Sem falar na obsessão do homem pela própria imagem, como as máscaras de “bom mocismo”, estilo de vida e “good vibes”que youtubers e “instablogueirinho(a)(s)” propagam a todo custo, enganando seus seguidores. Risos e um teor reflexivo pesado é o que Okja me proporcionou e, é claro, que é um filme que indico a vocês!
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…