Imagine ser músico, viver e depender da música de forma sentimental e financeira e, de repente, você perde a audição. O Som do Silêncio (que chamo de “Som de Metal”, já que o título original é Sound of Metal), filme da Amazon Prime Video, traz o drama vivido por um baterista que, diante de tal episódio, tem sua vida totalmente transformada ao ter de se adaptar com sua nova condição. Um filme muito recomendado nas redes sociais e indicado à premiações que resolvi assistir e falar das minhas impressões. Bora?!
Mas, antes de começar o show, a sinopse:
O baterista e ex-viciado Ruben começa a perder a audição. Quando um médico lhe diz que seu estado vai piorar, ele pensa que sua vida e carreira acabaram. Sua namorada, Lou, o leva para um lar de reabilitação para surdos a fim de evitar uma recaída e ajudá-lo a se adaptar à nova vida. Depois de ser bem recebido e aceito como é, Ruben deve escolher entre seu novo normal ou a vida como conhecia.
O primeiro ponto que destaco é como o filme conecta o espectador aos personagens, sem precisar “apresentá-los formalmente”. De forma breve, os músicos Ruben (Riz Ahmed) e Lou (Olivia Cooke) nos são apresentados sem falar de questões de origem dos mesmos, pois o modo que o casal leva a vida já explica bastante. A narrativa é focada mesmo nas questões atuais dos personagens, o que já mostra que o filme é sem enrolações e tem muito a apresentar.
Um exemplo disso também são as passagens de tempo mostradas, muito sucintamente, nos cortes de conversas e nos locais pelos quais os personagens vão passando para cumprir com os compromissos de shows. E fique tranquilo, pois é garantido de que você não se perderá no roteiro, pois é apenas para mostrar que não precisa escrever a data na tela para dizer que o casal de músicos “vive na estrada”.
Quanto à temática da perda da audição, O Som do Silêncio ganha o espectador por sua imersividade, justamente no efeito sonoro: nos é proporcionado como espectadores e ouvintes perceber como foi a sensação da progressão de Ruben perdendo a audição. Sim, caro leitor, você poderá ouvir o som falhando, assim como o protagonista. Tal progressão é repentina e não é alongada, o que é outro ponto positivo de um filme que tem muito a mostrar.
Tudo no filme é muito perfeito e isso também se dá às excelentes atuações de Riz Ahmed, Olivia Cooke, mas, principalmente, de Paul Raci, que interpreta Joe, uma pessoa que é responsável pelo ponto de virada do protagonista. As cenas de Ahmed e Raci (este último é filho de pais surdos) conversando em na língua de sinais americana e também falando, pois o personagem Joe é surdo e lê lábios, são de uma verdade impressionante, desde a primeira à última cena juntos, que foi fortíssima pra mim. Vale ressaltar aqui que o filme traz a atuação de Lauren Ridloff, a Connie da série The Walking Dead e que, em breve, nós a veremos brilhar no filme da Marvel Studios, Eternos. Para quem não sabe, a atriz é uma pessoa com deficiência auditiva.
Com muitas indicações e prêmios, incluindo Melhor Som e Melhor Montagem no Oscar, O Som do Silêncio traz uma temática que, muitas vezes é apresentada num tom de “coitadismo desmedido”, algo que não é visto nesta obra do diretor Darius Marder. Este é um filme maravilhoso que super indico e, se eu pudesse, daria muito mais torradinhas!
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…