Devido ao grande sucesso de Pantera Negra, o cineasta Ryan Coogler ficou em evidência. Em Creed, ele já estava muito elogiado, pois o filme foi incrível, mas por se tratar de um filme da Marvel Studios, com um super-herói negro como protagonista e super-heroínas também negras, que além disso exaltavam o poder feminino, e, ambos, a cultura do continente africano, Coogler ganhou notoriedade. A pouca idade (e poucos filmes) e tamanha genialidade, também fator que o fez ser notado. Eu notei.
Recentemente, descobri que ele tem apenas três filmes no currículo e confesso que, a curiosidade de assistir o terceiro (que na verdade foi seu primeiro filme) bateu forte. Descobri também que (maaaaais uma vez) Michael B. Jordan tem papel importante num filme de Ryan Coogler. É tipo, Scorsese e DiCaprio, Burton e Depp… Ainda mais quando o filme é baseado em fatos (‘reais’, pra quem sente necessidade da palavra) de um erro da polícia americana, numa ação na estação de metrô Fruitvale, durante as festividades de Ano Novo, que resultou numa tragédia.
Fiquei pensando se eu colocaria a sinopse do filme ou falaria da real situação, mas a sinopse de Fruitvale Station – A Última Parada (2014) venceu. Então, vamos lá:
“Estados Unidos, 2008. Oscar Grant (Michael B. Jordan) tem 22 anos e acaba de ser demitido do emprego por chegar constantemente atrasado. Ele esconde esta notícia de Sophina (Melonie Diaz), a mãe de sua filha, por achar que pode recuperar o emprego após conversar com seu chefe. Bastante ligado à mãe (Octavia Spencer), Oscar enfrenta problemas quando resolve ir com Sophina ver as festividades de ano novo em San Francisco.”
Aparentemente, até um certo ponto do filme, senti que o filme seria comum, ou seja, apenas uma representação do que realmente aconteceu. Mas não. Você já sabe (é claro) o que vai acontecer com Oscar Grant (Michael B. Jordan), mas você não sabe o que ele fez, o que ele pensou, o que ele sentiu naquela véspera de Ano Novo e também aniversário de sua mãe Wanda (Octavia Spencer).
Durante o filme, tudo isso (e mais um pouco) se torna uma bola de neve para o personagem e eu, como espectadora, senti o mesmo, como se algo grande estivesse pra vir, que não se sabe se é positivo ou negativo, mas as transformações internas dos personagens, seja de Oscar, de sua mãe Wanda, de sua filha Tatiana (Ariana Neal) ou de sua esposa Sophina (Melonie Diaz), é bem visível. Tudo nesse filme fala, passa uma mensagem: os silêncios, os gestos, os olhares… É um filme muito expressivo e com sentimentos da ternura à completa e descontrolada fúria.
Com ótimas atuações de Octavia Spencer, Michael B. Jordan e Melonie Diaz, Fruitvale Station – A Última Parada é um bom filme para que gosta de tramas com histórias reais, com um fundo de mensagens, dentre elas, segunda chance, transformações e preconceito racial.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…