Vou começar esse texto sem saber direito como eu vou explicar a minha experiência com o filme Filha de Deus. Já te adianto que ele não é um filme religioso, apesar do nome. Por falar nisso, eu comecei a assisti-lo sabendo que ele se chamava Exposed, pois é o título que está no poster e não Daughter of God. Fiquei sabendo de outras coisas ao pesquisar sobre o filme e descobri o porquê de eu ter formado determinada opinião do mesmo. Segue o embalo, que eu te explico.
Antes disso, dá uma olhada nessa singela sinopse:
O detetive Scott Galban busca a verdade sobre a misteriosa morte de seu parceiro. Enquanto isso, Isabel de la Cruz, uma mulher local que diz ter sido testemunha de um milagre, começa a vivenciar estranhos acontecimentos.
Quando eu digo que vou tentar explicar as minhas impressões quanto ao filme Filha de Deus eu não estou sendo exagerada. O mesmo causou e ME causou confusões que até Deus duvida! E não, ele não seria um filme para ser transmitido numa Sessão da Tarde e nem sei se ainda tem isso na TV rs. Ele já teve cortes demais para ser cortado novamente, senão aí é que o telespectador sequer entenderia, o que já foi difícil pra mim.
Bem, a primeira confusão já vem da própria produção e direção do longa. Antes de ser vendido à Lionsgate Premiere como apenas um suspense protagonizado pelo maravilhoso Keanu Reeves, o filme que se chamava Daughter of God, tinha outro foco: violência policial por motivações raciais, abuso sexual infantil e violência contra a mulher. Como o filme foi vendido à distribuidora de um jeito, mas, na real, era outra coisa, algumas edições foram feitas para que, finalmente, fosse um suspense com Keanu Reeves e… Ficou “horrivis”, péssimo! E não para por aí! O diretor Gee Malik Linton chegou a entrar na justiça, depois de tais modificações, para retirar a sua assinatura como diretor do longa. Com isso, até de nome o filme mudou: de Daughter of God, passou a ser Exposed.
O resultado de tais mudanças foi péssimo! Olha, nos primeiros vinte minutos de filme, eu já queria parar, porque nada fazia sentido, nada tinha uma linearidade, nem mesmo os próprios personagens, por mais próximos que DEVERIAM ser, não tiveram a sua construção evidenciada de ligação, como se tem num núcleo, numa ambientação. O elenco é bom, mas as mudanças feitas para tirar o foco da religiosa Isabel (Ana de Armas) ou do açougueiro Manuel “Rocky” (Gabe Vargas) para o detetive Scott Galban (Keanu Reeves), não ficaram legais. As cenas do drama vivido pelo detetive Scott não faziam sentido, não agregaram em nada na história. Isso me transpareceu que os atores não tinham potencial, como se o elenco fosse fraco, mas não era.
A mensagem que se pretendia (o diretor pretendia, né) passar com o filme, foi totalmente ofuscada por um drama vivido pelo detetive, o que, inclusive, também foi muito mal abordado no longa, ficando vazio, desnecessário. Sem contar que, eu passei o filme todo assistindo aqueles cortes, sem estarem interligados, e somados a uma fotografia desleixada, com efeitos feios. Os efeitos das cenas no metrô são feios, as cenas no parque também não tinham o foco necessário, no que realmente importava. E os diálogos?! Não senti que foi culpa da dublagem, mas também não estavam bons, eram bobos e forçados.
Filha de Deus, mesmo com esse nome que o afasta de um filme policial, de suspense ou com drama psicológico, tinha tudo, absolutamente tudo para dar certo. Pena é que isso, pra mim, só ficou nítido no final. A intenção inicial do longa, antes de passar pela edição, era muito boa, mas mexer na trama para fazer jus à distribuição como “suspense policial com Keanu Reeves”, dando destaque ao personagem do mesmo, foi o que, na minha humilde opinião, proporcionou cenas arrastadas e outras desnecessárias, desconexas que, por vezes, me fizeram desistir do filme. É um longa que você termina de assistir “só de raiva”, mas, no final, você fica indeciso, se ama ou odeia, porque é só nesse momento, que o longa expõe o seu potencial. Aí, quando eu descobri o que aconteceu para ele ter sido daquele jeito, a balança pesou mais para um lado. Se, um dia fizerem um remake, eu até topo assistir.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…