Death Note é o melhor mangá que eu já li e também é o meu anime favorito! Se teve algo que eu sempre aguardei foi um longa metragem à altura que o universo merece. Confesso que fiquei bastante empolgado quando o Netflix anunciou a produção (com direito Willem Dafoe como Ryuk), mas por mais que eu tivesse esperança, algo dizia que ainda não seria dessa vez… Mesmo assim, tentei ser otimista, afinal nem tinha saído ainda, certo? Mas agora que saiu e eu assisti, vamos falar sobre!
Tudo começa quando um estudante de Seattle chamado Light Thunder encontra o Death Note, um caderno que lhe dá o poder de matar qualquer pessoa simplesmente escrevendo seu nome nas páginas. Aí ele decide usar o caderno para matar criminosos e mudar o mundo, mas um detetive enigmático tenta localizá-lo e terminar seu reinado de terror.
Tirando Seattle, a sinopse anuncia exatamente o que já conhecíamos, entretanto, na prática tá tudo muito errado… Antes de mais nada eu não acho ruim a tentativa de mudar a história e tampouco as mudanças étnicas das personagens, o problema do longa é que simplesmente foi tudo muito, mas muito desconstruído! Enquanto eu estou aqui espumando pela boca, vou falar desses dois pontos: personagens principais e história.
Personagens principais: esqueça tudo que você viu no anime e mangá, a personalidade das personagens estão complemente diferentes! A princípio tentam nos apresentar um Light (interpretado por Nat Wolff) super inteligente como na história original, mas eles não conseguem sustentar isso nem por uma cena… Light é simplesmente um típico adolescente dos filmes de high school americano que apanha de valentões e é apaixonado pela líder de torcida. Não tem nenhum resquício de seu brilhantismo e sociopatia… A sociopatia que falta em Light é quase presente na líder de torcida Mia (Misa), que seria até mais interessante se não fosse a atuação fraca de Margaret Qualley. Os dois atores não passam nenhum tipo de química nas cenas, fazendo com que o casal não convença em nada.
Mas e o antagonista? Bem, é tão frustante quanto… Nunca imaginei ver um L (interpretado por Keith Stanfield) tão passional que às vezes é impossivelmente brilhante e em outras absurdamente imbecil em suas habilidades dedutivas. A personagem menos pior da trama fica sendo Ryuk, mas mesmo assim passa longe de ser o shinigami que nós conhecemos.
História: ela é bem diferente da original, isso de certo modo seria positivo, afinal não queremos ver o mesmo enredo sempre e sempre, certo? O problema é como essa história foi construída… Tudo muito corrido e sem pé nem cabeça… Até entendo a correria, afinal é pouco tempo de filme para uma história longa, mas poderiam ter amarrado melhor as pontas e acertado pelo menos no clímax… Fora o que fizeram com o nosso querido caderno… Olha, não vou nem comentar como o Death Note está overpower na trama… Mas pelo menos ele proporciona umas mortes bem no estilo Premonição.
Acredito que Death Note pode funcionar muito bem para quem não conhece o universo, mas eu não tenho condições de gostar do que eu vi… Não vou dizer que ele é péssimo, mas digo que é uma ofensa à obra original! Espero que ao menos ele sirva para divulgar o mangá/anime, porque ele falhou e muito como filme baseado.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.