O peso de um sobrenome/legado pode ser a maior luta na vida de algumas pessoas. A partir desta problemática, retornamos à vida de Adonis Creed, que desta vez terá de enfrentar um embate que ultrapassa às cordas do ringue.
Mas para entender melhor, vamos ao primeiro round, digo, à sinopse:
“Adonis Creed saiu mais forte do que nunca de sua luta contra ‘Pretty’ Ricky Conlan, e segue sua trajetória rumo ao campeonato mundial de boxe, contra toda a desconfiança que acompanha a sombra de seu pai e com o apoio de Rocky. Sua próxima luta não será tão simples, ele precisa enfrentar um adversário que possui uma forte ligação com o passado de sua família, o que torna tudo ainda mais complexo“.
Impossível não começar falando sobre o aspecto nostálgico do filme! A primeira impressão que passa, é que estamos voltando diretamente à Rocky IV. Mas agora, vemos novos personagens se “vestindo” de seus pais. Porém, não há guerra fria! A luta agora não é política, mas sim por um sobrenome; por todas as cicatrizes deixadas pelo passado.
Por conta desse aspecto, as motivações de Adonis se diferem completamente das do “Balboa do passado”. Para Creed, a luta não é uma busca pelo prestígio de ser o mais forte e tampouco por uma vingança, mas sim uma jornada de autoconhecimento. Por outro lado, Viktor inicialmente parece estar mais à sombra de seu pai. Transparece estar em meio àquilo tudo apenas para recuperar o prestígio de Drago.
Outro ponto muito interessante, é que as mesmas questões também se mostram na “velha guarda”. Balboa e Drago deixam as suas cicatrizes bem expostas, e assim como seus pupilos, tem de lidar com toda a escavação do passado e se autoconhecer.
Neste diálogo entre herança, vingança e busca por uma identidade; temos um drama construído de forma bem dosada. Outras questões das vidas dos pugilistas vão sendo apresentadas no decorrer do longa e a direção soube dar conta muito bem de tudo. Devido a isso, a luta física pode parecer estar em segundo plano, mas ainda assim, a ação do filme é espetacular e entrega um combate enérgico com uma forte carga emocional.
Creed II faz uma viagem ao passado e homenageia de uma forma espetacular o universo no qual está inserido. Por mais “presa” que a sequência pareça estar à Rocky IV, ela apresenta identidade e segue seu antecessor de forma coesa. Ah, e antes de acabar esta resenha, eu preciso dizer que os discursos do Rocky também estão presentes e emocionou este coração nostálgico que vos escreve.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.