Assistimos: Capitão Fantástico

Quando todas, absolutamente, TODAS as pessoas do seu círculo social falam bem de um filme e, após o post de uma cena do mesmo, aparentemente simples, causar um encantamento gigantesco, não tem mais como tardar de assistir este filme: Capitão Fantástico. Como eu fiquei muito entusiasmada com o filme, vou tentar me conter neste artigo, tomando muito cuidado pra não dar spoilers.

A sinopse de Capitão Fantástico é a seguinte:

“Nas florestas do estado de Washington, um pai cria seus seis filhos longe da civilização, em uma rígida rotina de aventuras. Ele é forçado a deixar o isolamento e leva sua família para encarar o mundo, desafiando sua ideia do que significa ser pai.”

Hummm… É complicado quando a sinopse oficial do filme já diz pouquíssimo (quase nada) sobre o mesmo, o que me deixa em sérias complicações de externizar meu encantamento sobre o filme… Bem, vamos lá!

Ben (Viggo Mortensen) é pai de seis filhos lindíssimos e fofos (afinal, o cara É o Aragon…): Bo, Vespyr, Kielyr, Rellian, Zaja e Nai. Junto com sua esposa, Leslie, constroem uma casa no meio da floresta, onde criam as crianças de maneira bem diferente (é claro). Eles têm uma rotina dada pelo pai, uma vez que, no início do filme Leslie não está junto a eles. Corridas, trilhas, escalar montanhas, ler (e muito) livros sobre várias coisas, tanto que a caçula da família já entende muito bem (sim, mais do que um adulto, o que é assustador rs) sobre questões políticas, mesmo vivendo longe da civilização. Ah, não posso me esquecer do fascínio que as crianças têm por armas brancas (facas), exceto Rellian, que, aparentemente, discorda de boa parte da vida que o pai proporciona a ele e aos irmãos.

Após uma situação inesperada, a família Cash se vê na obrigação de deixar a vida reclusa nas florestas de Washington, e colocar o ônibus na estrada, indo ao encontro da civilização, nunca vista antes, pois a surpresa nos rostos das crianças deixa isso muito claro. Lá, todos são o centro das atenções (não só pelas roupas, como podemos ver no cartaz), mas por suas atitudes, o que acabam gerando conflitos diversos de ambas as partes. Ben é posto à provações a todo tempo, tendo que justificar o modo de vida que atribuiu a sua família, fazendo com que ele tenha que repensar suas atitudes como pai.

Capitão Fantástico é de uma beleza única, apesar de eu sentir uma pontinha de semelhança como Pequena Miss Sunshine (mesmo não tendo assistido o filme), pelo fato de ter uma missão, a finalidade de chegar a um lugar que poderá causar grandes mudanças na vida de todos os passageiros desse ônibus e também senti um impacto semelhante de quando assisti Natureza Selvagem, pois recebi aquela carga reflexiva sobre a vida, sobre como nós “a levamos”, sobre a construção de relações, a real importância das coisas, das pessoas, o quanto nós amamos e protegemos e o peso que isso (sim, às vezes, pode ser exacerbado) pode ter na vida de alguém. Sem contar na pressão que o “viver em sociedade” nos impõe, a forçação de barra de ter que se adequar ao ritmo de trabalhar, estudar, de construir ou chegar a um status para ter notoriedade e, assim, poder “viver”.

Só digo que, independente dessa minha comparação a outros filmes, Capitão Fantástico é um filme único. É um pouco difícil encontrar um filme hoje em dia que nos dê o impacto de sentir os personagens, de sentir os sentimentos deles, sejam positivos ou negativos. O choque de vivências do filme me deixou na dúvida por muitas vezes, me deixou confusa (mas não é aquela confusão pertinente, que leva à reflexão), numa dualidade de ambos os lados (se é que eu tô sendo clara falando assim), quando o “correto” aparenta ser errado e o “errado” aparenta ser o correto. Sem contar no misto de sentimentos que o filme proporciona, porque eu ri, chorei (e fiz os dois ao mesmo tempo), me assustei, me surpreendi… No fim das contas, eu já estou no grupão de pessoas que recomendam Capitão Fantástico. Portanto, assistam já e me contem depois o que acharam!