Lembro-me perfeitamente do meu primeiro contato com o cinema indiano. Foi algo como: “mas que diabos é isso?!”. O sentimento era como se eu estivesse vendo uma versão estendida de “Rivaldo sai desse lago”, “Tônico com guaraná”, “Golimar”, etc (se não conhece nada disso, abra outra aba e jogue estes nomes no YouTube). Entretanto, aos poucos fui me acostumando com as cores, danças e exageros (sim, estou falando de filmes de ação). Falando em exageros, foi assim que eu conheci Bahubali, o épico indiano que é meu assunto de hoje.
Tecidos coloridos, música, coreografia e sinopse:
Na antiga Índia, um casal resgata um bebê de se afogar em um rio. Esse bebê cresceria para se transformar em Shivudu, um homem forte com desejos de explorar o mundo. O que Shivudu não sabe é do grande legado e violento futuro que lhe espera.
O primeiro ponto que destaco, não é bem uma exclusividade do longa em si, mas sim de uma característica dos filmes indianos que assisti: a mistura de gêneros. De tudo que eu vi, nenhum blockbuster indiano de ação, era só ação. Bahubali: O Início não é diferente, porque tem ar de filme mitológico com guerra, drama, ação, romance, humor (pasmem) e obviamente, musical.
Apesar do estranhamento que isso pode causar aos menos acostumados, a narrativa é fluida e me prendeu bastante. Talvez o único aspecto narrativo que me desagradou um pouco, foi que o longa possui alguns flashbacks. Nessas cenas algumas escolhas de elenco torna o entendimento um pouco confuso (pelo menos inicialmente, mas talvez fosse o sono).
Mas sem dúvida alguma, o melhor ponto do filme são os exageros! Sejam nos efeitos visuais (que são bons, para um padrão não hollywoodiano) ou nas coreografias de luta, tudo passa longe do possível! Em resumo, para ilustrar a força do herói, a produção não poupa esforços, ou seja, nada diferente do cinema ocidental. Talvez a diferença seja só uma: a criatividade rola mais solta em Baahubali.
Sendo um épico perfeitamente exagerado, Bahubali: O Início entrega cenários belíssimos de uma Índia medieval, confrontos memoráveis e diversos aspectos culturais. Apesar de eu detestar o gênero musical, consegui assistir sem sofrer. Talvez por estar compreendendo como funciona o cinema indiano, ou por assistir abraçado com o exagero. Caso você resolva assistir, recomendo que faça isso: abrace o exagero, porque é tudo muito diferente. Enfim, semana que vem eu volto aqui e falo da sequência. Afinal, a história ainda não acabou.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.