Assistimos: Alpha

Você gosta de filmes com bichinhos de estimação? É, eu sei que minha pergunta soa bem estranha, quando se tem um lobo no pôster. Mas sim, caros leitores, aí está uma amizade quase que improvável, que foi construída, em meio à provações e a atos de coragem, em momentos de extremo perigo: Keda e Alpha.

O filme Alpha é uma produção de 2018, com o roteiro de Dan Wiedenhaupt e dirigido por Albert Hughes. Antes de falar mais a respeito, vamos começar com a sinopse:

“Após cair de um penhasco e se perder do seu grupo, o jovem Keda (Kodi Smit-McPhee) precisa sobreviver em meio a paisagens selvagens e encontrar o caminho de casa. Atacado por uma matilha, ele consegue ferir um dos lobos, mas decide não matar o animal. O jovem cuida dele e os dois começam uma relação de amizade.”

Com um enredo simples, Alpha não é um filme de muitos mistérios, daqueles que a gente fica muito preocupado em não dar spoilers. É uma trama daquelas em que o final é bem previsível, sem grandes surpresas. É claro que há aquela expectativa que algo diferente no desfecho, o que é um sentimento normal do espectador em qualquer filme.

Para quem gosta de filmes que mostram as relações entre homem e animais, é um bom passatempo. Só que com um enredo simplório, achei que o diretor deveria focar em cenas de grande impacto, de extrema tensão, para que despertasse quem assiste. Sim, eu lutei contra o sono. É claro que não foi algo muito forte, pois a fotografia do filme me chamou bastante atenção. Mas o problema, é o fato dos acontecimentos serem previsíveis e da trajetória do personagem ser bastante cansativa.

Como se trata de selvagens, pois a história do filme se passa na Era do Gelo, não há muito diálogo e, menos ainda, quando o foco do filme é a relação construída entre um garoto e um lobo. Por aí, já dá pra imaginar que Alpha é apenas estético, é apenas imagem e, na minha humilde opinião, parece que o diretor também percebeu isso.

Tanto que, para não deixar o filme simplório por completo, ele deixa toda a responsabilidade, todo o peso de Alpha, em cima da fotografia. Sim, o diferencial do filme, o que me manteve acordada foi a fotografia de Martin Gschlacht. Era óbvio que houve todo um processo computadorizado e tals, mas Martin o fez de maneira impecável. Os cenários, as cores, não apenas as paisagens, mas o foco, o jogo das câmeras, o slow motion… Foi a fotografia que carregou o filme no colo.

As atuações não foram um primor, mas também não há como cobrar muito. Foi… Boa, normal. Exigia-se mais, talvez, do ator principal, o Kodi Smit-McPhee, pela atuação com um animal/ computador (provavelmente, usaram um cachorro em algumas cenas, pois não creio que tenha sido totalmente computador).

Alpha é um filme de roteiro simples, mas grandioso na fotografia. Não aguarde uma grande história, até porque, acredito que o próprio trailer já entregava o filme. Aguarde um história que te dá a impressão de já ter visto em outro filme, por ser simples, mas que te presenteia com uma bela fotografia. Portanto, não deixe de apreciar a paisagem!